FIGURA: MAREGA
E vão nove golos na época 2018/19. Marega é assim. Um tipo que faz as coisas acontecerem, mesmo que o estilo seja menos ortodoxo do que o recomendável. Dois golos ao Portimonense, o primeiro num belo golpe de cabeça e o segundo a encostar de primeira, já na cara da baliza algarvia. Rende muito mais com um ponta-de-lança ao lado, como Soares. É obrigado a jogar menos vezes de costa e a fazer receções apertado pelos contrários. Marega é uma locomotiva que nasceu para andar para a frente.    

MOMENTO: minutos 58 e 59, o dragão mata a dúvida
O FC porto sofria, sofria muito, mas em dois minutos resolveu um jogo extremamente difícil. Soares e Brahimi fizeram o segundo e o terceiro golo dos dragões, e atiraram o incómodo Portimonense para fora da discussão da partida.  

MENÇÃO HONROSA: JACKSON MARTINEZ
Aplaudido de pé antes do apito inicial, honra e memória aos 92 golos marcados de dragão ao peito. Depois, em extrema limitação física, a mancar constantemente, Jackson foi o avançado de outros tempos sempre que teve de tratar a bola. Fantástico na receção e na proteção com o corpo, perigoso sempre que foi capaz de rodar e rematar. Obrigou Iker Casillas a uma defesa fantástica aos 42 minutos e abriu em Nakajima antes do japonês cruzar para o golo de Vítor Tormena. Saiu aos 74 minutos da mesma forma que entrou: a mancar, a sofrer.   

OUTROS DESTAQUES:

NAKAJIMA

A liga portuguesa está perto de perder um dos seus melhores jogadores. Nakajima é avançado para equipa grande, candidata a conquistar troféus. No Dragão, quase sempre com espaço e com possibilidade de ir no um para um, Shoya foi demolidor. Cruzou para o golo de Tormena, obrigou Felipe a fazer um corte no limite, ganhou faltas atrás de faltas a Corona, meteu a bola no pé direito de Jackson antes do colombiano rematar para defesa de Casillas… enfim, um menu de requinte, para os consumidores mais exigentes.

BRAHIMI
O argelino fez o Dragão suspirar de alívio aos 59 minutos. Numa transição ofensiva recebeu a bola na esquerda e fez o movimento que mais gosta. Fugiu para o meio e rematou rasteiro. Antes, bem antes, já colocara a bola na baliza do Portimonense, num remate de primeira, ainda de fora da área. Lance anulado por posição irregular de Soares.  

PAULINHO
Fez três jogos com a camisola do FC Porto, voltou ao Portimonense e mostrou no Dragão que o problema na passagem pela Invicta talvez não tenha sido desportivo. Qualidade tem e voltou a exibi-la num palco condizente. Paulinho provavelmente não percebeu o grau de exigência dos campeões nacionais. No Algarve é peça superlativa nas operações de Folha.

CASILLAS
Noite muito agitada para o herói espanhol, autor de pelo menos duas defesas absolutamente decisivas: aos 42 minutos parou o pontapé rasteiro de Jackson e aos 62 roubou o golo a Dener. Os grandes guarda-redes são assim.

ALEX TELLES E MILITÃO
Noite negativa para dois defesas de categoria inegável. Estiveram desastrados, sobretudo no primeiro tempo. Militão voltou a errar um passe primário, na primeira fase de construção, como já sucedera no Bessa; e Telles fez um movimento errado em tudo no golo do Portimonense, incomodando precisamente a ação de Militão.

SOARES
Fez um golo, teve mais dois bons remates e sai com nota positiva do regresso à titularidade. Há momentos em que se desgasta sem sentido, sai das suas zonas de ação e não oferece nada à equipa. Na área, sim, está a definir bem e a escolher os momentos em que deve passar ou rematar.

ÓLIVER TORRES
Foi o sexto jogador substituído por Sérgio Conceição na primeira parte, desde a chegada do treinador ao FC Porto. Desta vez, sem problemas físicos do sacrificado. O FC Porto não estava bem, mas Óliver até era o atleta com mais recuperações de bola quando saiu. Não estava a ser brilhante, mas havia outros com pior rendimento nessa fase.