Nem a chuva nem o vento demovem o líder Sporting da sua caminhada. Os leões venceram hoje o Nacional por 2-0, em condições climatéricas muito complicadas, e reforçaram a liderança da I Liga. Um dia depois do adiamento do jogo devido ao forte vento na Choupana, e num relvado muito pesado, Nuno Santos marcou o primeiro golo ao minuto 43, enquanto Jovane Cabral fixou o resultado final aos 90.

A ventania que fez adiar a partida por um dia mal se fez sentir durante todo o duelo, mas as chuvas que caíram intensivamente nos últimos dias, e esporadicamente antes e durante o jogo, tornaram o relvado muito difícil para a circulação da bola junto à relva. 

Luís Freire apostou na mesma equipa que venceu o Tondela há duas jornadas, última vez que os alvinegros jogaram na I Liga, em virtude do adiamento do duelo com o Vitória de Guimarães, foi adiado devido a um surto de covid-19 detetado no plantel dos minhotos. Quanto ao Sporting, Rúben Amorim operou uma alteração na equipa que recebeu e venceu o Sporting de Braga na ronda anterior, com a entrada de Sporar para o lugar de Tiago Tomás.

Ambas as equipas já previam um cenário como aquele que vieram encontrar, pelo que o jogo direto e as bolas paradas foram as armas prediletas, em especial para o Sporting, que como era de esperar, assumiu desde muito cedo as despesas do jogo.   

Aos 8 minutos, Porro assinou o primeiro momento de perigo, rematando por alto, pouco antes da linha da grande área, após receber uma bola socada por Daniel Guimarães para a zona frontal. Mas depois assistiu-se a uma luta tremenda a meio campo, com muitas perdas de bola de parte a parte, em grande parte devido ao estado do tapete, que foi piorando rapidamente com o decorrer do jogo.

Sem capacidade para chegar na frente com rapidez, os verde-brancos foram tentado a meia distância, ou então cruzamentos que foram morrendo na defesa insular ou então nas mãos de Daniel Guimarães.  

Perto da meia hora, o Nacional conseguiu finalmente chegar com perigo até à área de Adán, mas Rochez, que obrigou o guardião dos lisboetas a assinar uma grande defesa, estava em fora de jogo. Logo de seguida, e na sequência de uma bola longa, Pedro Gonçalves aproveitou um mau alívio da defesa madeirense para, em plena grande área, para atirar à baliza. Daniel estava no lance, mas acabou por negar o golo com a cara, defesa que lhe valeu depois duas assistências.

O Sporting carregou no acelerador e empurrou o Nacional para o seu último terço, ganhando uma série de cantos consecutivos, e também faltas para explorar lances de bola estudados de bola parada. 

Aos 41 minutos, Nuno Santos, na cobrança de um livre no enfiamento da linha da grande área, do lado direito do ataque leonino, rematou em arco, levando a bola a passar muito perto da trave da baliza dos insulares. 

A pressão da turma de Ruben Amorim acabou por dar frutos pouco depois. Um cruzamento longo Nuno Mendes foi bem aproveitado por Pedro Gonçalves, que surgiu ao segundo poste para tocar para o poste contrário, onde Nuno Santos apareceu para finalizar de forma fácil. Antes do intervalo, o Nacional ainda reagiu, mas a meia distância de João Camacho saiu muito ao lado da baliza de Adán.

Em desvantagem e sem capacidade para chegar na frente, Luis Freire procurou reforçar o jogo direto da equipa fazendo entrar Gorré, por troca com Rúben Micael. O Nacional voltou das cabines mais atrevido no ataque e o extremo fez o primeiro remate do segundo tempo, mas a bola saiu muito lado. Depois foi a vez de Azouni tentar a sua sorte, mas Adán segurou sem problemas. 

O adiantamento das linhas alvinegras permitiu ao Sporting usufruir de mais espaços, com a profundidade a ser dada à exploração de Pedro Gonçalves, que aos 65, desperdiçou uma excelente oportunidade para fazer o 2-0. Após tirar um adversário da frente, ficou com a baliza à sua mercê, mas o melhor artilheiro da Liga rematou por cima.

Entretanto a chuva voltou a aparecer e com intensidade, piorando o estado do relvado e naturalmente a missão dos jogadores. Mas o Sporting soube adaptar-se melhor ao clima adverso, uma vez que foi sempre a equipa com maior objetividade e melhor construção de jogo, perante um Nacional que revelou discernimento, tanto no ataque como na defesa.

Aos 83 minutos, Pedro Gonçalves viu o poste negar-lhe o golo que mataria o jogo, mas já em período de descontos uma desatenção de Lucas Kal facilitou o momento que os leões procuraram com insistência na reta final da partida. O central do Nacional permitiu que Tiago Tomás recuperasse a bola já perto da pequena área, tendo este cruzado para o recém-entrado Jovane encostar para o golo que desfez todas as dúvidas quanto ao desfecho do marcador. 

Mal o jogo acabou, toda a gente correu imediatamente para o túnel. A chuvada pedia festejos em lugares mais secos.