Por José Pedro Gomes

Arouca e Nacional provaram hoje a razão dos empates também poderem ser um resultado entusiasmante, protagonizando uma igualdade a três golos, que teve tanto de imprevisível como de empolgante, numa partida em que duas equipas dividiram o controlo em cada umas das partes, o que acaba por justificar a divisão de pontos.

Rondon, com um hat-trick, sustentando com dois golos na primeira parte, e um outro ao cair do pano, acabou por ser a figura do jogo, mas ainda assim foi ofuscado pela reacção colectiva do Arouca, na etapa complementar, que chegou a inverter uma desvantagem de dois golos, mas não teve fôlego para segurar vantagem até ao final.

As duas equipas até demoraram a impor-se no jogo, protagonizando uns primeiros minutos de futebol confrangedor, sem objetividade, com muitos passes falhados, e demasiado encravado em inconsequentes batalhas no meio-campo inimigas do bom espectáculo.

Nesta teia inconsequente, o Nacional acabou por dar os primeiros sinais de querer fazer algo mais, mostrando maior atrevimento nas saídas para o ataque, e acabando por chegar à vantagem ainda antes dos 20 minutos, quando uma bola mal aliviada pela defesa da casa sobrou para Mário Rondón, que não se fez rogado com oferenda e rematou forte para o primeiro golo do jogo.

Apesar de pouco ter feito para se colocar em vantagem, o Nacional não desperdiçou a oportunidade para ganhar confiança e assumir o controlo do desafio, explorando a intranquilidade do Arouca, que não conseguia responder à contrariedade.

Marco Matias, num cabecamento por cima, ameaçou, pouco depois, o segundo golos dos madeirenses, que acabou por surgir ainda antes da meia-hora, com os protogonistas do Nacional até então.

Na sequência de um livre, a bola sobrou para Marco Matias que rematou para um defesa inicial de Goicoechea, que ao não segurar deixou espaço para que astúcia de Mário Rondón voltasse ao de cima numa recarga pela de oportunidade para o 2-0.

Uma eficácia tremenda dos insulares que em três oportunidades materializaram dois golos, perante um Arouca um pouco “trapalhão”, mas que nos últimos cinco minutos da etapa inicial não desperdiçou a oportunidade para relançar o jogo, quando Rui Sampaio, após cruzamento de Roberto, encostou para o 2-1 com que se chegou ao intervalo.

O tento galvanizou de sobremaneira a equipa da casa, que surgiu para o segundo tempo com uma confiança redobrada e bem mais atrevida nas saídas para o ataque, perante um Nacional adormecido, e estranhamento conformado, com a vantagem.

O incremente de produção do Arouca acabou por ser premiado a dez minutos do final, quando Roberto restabeleceu o empate, de cabeça, após livre de Luís Tinoco, relançado a partida para os seus últimos suspiros.

Os locais foram então retirar forças ao fundo do poço, e aos 84 minutos o mesmo Roberto corporizou o acreditar num contra-ataque e num remate, a dois tempos, que resultou na merecida reviravolta no marcador.

Com menos de cinco minutos para se jogar, pensava-se que pouco mais o Nacional poderia fazer para inverter a desvantagem, mas Mário Rondón, praticamente no lance seguinte, provou que esta era uma tarde de inspiração, apontando o terceiro golo que sentenciou o resultado.

Com este empate o Nacional interrompeu uma série de quatro jogos consecutivos sempre a vencer, enquanto que o Arouca somou mais uma precioso ponto na sua luta pela manutenção.