Por José Pedro Gomes

O Momento

Golo do Rui Sampaio, minuto 40

Numa partida fértil em acontecimentos, todos os golos mereciam destaque pela forma como deram contornos entusiasmantes à partida, mas acabou por ser o tento do Rui Sampaio, que reduziu a desvantagem do Arouca para 2-1, a servir como mola para a recuperação dos locais, depois de uma primeira parte de domínio e eficácia absoluta do Nacional. O golo acabou por galvanizar o Arouca para uma segunda parte mais ambiciosa, e abalar a confiança dos madeirenses.

Figura: Mário Rondon
Numa partida em que apontou o seu segundo hat-trick da carreira em jogos da I Liga [depois de o ter feito em Paços de Ferreira na época passada], o avançado venezuelano garantiu automaticamente o estatuto de figura do jogo, sobretudo pela astúcia como que logrou os golos. Em todos os lances estava no sítio certo à hora certa, revelando uma tremenda capacidade de desmarcação e uma veia na letal na altura do remate.

Outros destaques

Marco Matias
Foi um dos principais impulsionadores da equipa do Nacional no primeiro tempo, rasgando espaços para os companheiros e protagonizando um cabeceamento que chegou a ameaçar o aumentar da contagem da equipa. Esteve no lance do segundo golo de Róndon, fazendo o primeiro remate, que proporcionou a recarga do companheiro de equipa.

Marçal
Que grande pulmão deste lateral esquerdo que diz estar debaixo de olho do Benfica. Fez quilómetros no seu corredor, cumprindo com galhardia as missões defensivas perante um Kayembé atrevido, e ainda encontrou forças para, com frequência, se integrar nas manobras ofensivas da equipa, arrancando um par de cruzamentos que muito perigo levaram à baliza do Arouca.

Kayembe
Um dos mais inconformados da equipa casa, tentando impor a sua velocidade na ala direita para tentar desbloquear as dificuldades das movimentações defensivas arouquenses, teimosamente pendiam para o centro. Manteve Marçal, o opositor no corredor, em alerta constante, e fosse mais incisivo a arrancar o cruzamento poderia ter causado bem mais dificuldades à defensiva insular.

Roberto
É um daqueles avançados que apesar de nem sempre deslumbrarem conseguem estar sempre envolvidos nos lances de perigo. Na primeira parte batalhou muito entre os centrais madeirenses,  construindo o lance para o golo de Rui Sampaio. Na segunda parte voltou a estar em destaque ao apontar, de cabeça, o 2-2, numa boa movimentação, e o 3-2, após uma jogada de insistência.

Artur
Veio dar a dinâmica que faltava à equipa do Arouca, tornando o jogo mais fluido e consistente.  Foi um desequilibrador nato e viu a sua entrega ser recompensada com o golo que operou a reviravolta no marcador, num lance a dois tempos, que valeu pela raça.