Duas deslocações ao Berço, dois empates. Pior série dos dragões no campeonato a relançar as contas do topo da tabela classificativa. O FC Porto vai acabar a jornada no primeiro lugar, é certo, mas pode ver os rivais galgar terreno uma vez mais. Está ao rubro o pódio, tal como foi o empate em Moreira de Cónegos (1-1).

Jogo de loucos. Domínio dividido, mais Porto na primeira metade, reação sensacional do Moreirense na segunda metade. Estiveram na frente os Cónegos, com um golo de Texeira, valeu Herrera a resgatar um ponto com um tento de cabeça.

Cometeu muitos erros o conjunto azul e branco, acusou a ansiedade e pôs-se a jeito perante um Moreirense qualificado e exímio neste tipo de jogos que ficam partidos. Não é à toa que os Cónegos estão às portas da Europa, esta noite provaram-no frente ao líder da Liga.  

DESTAQUES: Herrera, para além de Texeira

Sem Marega, Conceição mudou também de sistema tático sendo Danilo o substituto do maliano, ganhando metros Herrera para criar com mais critério.

Começou prometedor o embate. Acutilante, o FC Porto entrou determinado a fazer aquilo que não conseguiu no D. Afonso Henriques: marcar. A palavra de ordem parecia ser puxar do gatilho e disparar sempre que o alvo estivesse no ponto de mira. Três finalizações nos cinco primeiros, sem grande preparação, deixaram antever um jogo quase de sentido único.

Respondeu Chiquinho com um remate cruzado, num pronúncio de um jogo mais equilibrado. Equilíbrio em sentido figurado. O domínio dos dragões foi inequívoco, contrariando a ideia de Ivo Vieira que prometeu um Moreirense fiel às suas ideologias de jogo.

Mas, esse domínio foi conseguido em terrenos pouco adiantados e perante o controlo dos Cónegos, que com o bloco baixo limitaram muito a manobra o FC Porto. Quando a bola entrava por ar na área normalmente Iago e Halliche resolviam a situação, faltando armas aos azuis e brancos para penetrar no último reduto axadrezado com o esférico controlado.

Mesmo com este contexto difícil a equipa de Conceição teve as suas oportunidades. Espaçadas e sem grande sequência, é certo, mas a finalização ameaçou voltar a ser um entrave para a chama do dragão.

AO MINUTO: os principais lances do jogo

O evoluir do cronómetro pedia um aumento da pressão, mas essa pressão apareceu com o efeito inverso. Perdeu discernimento o FC Porto, ganhou confiança e espaço o Moreirense, ingredientes propícios para o estilo de jogo da equipa da casa.

Foi ameaçando o Moreirense até que Texeira abriu o ativo. Momento de superiorização dos Cónegos, Halliche atira à trave no primeiro remate do lance, o uruguaio adianta o Moreirense no marcador. A equipa sensação a arranjar ainda mais argumentos capazes de surpreender.

Até que já nos descontos Herrera, capitão azul e branco, resgatou um ponto de cabeça ao corresponder au cruzamento de Otávio. Fase final de loucos, reclamaram penálti os portistas num lance entre Halliche e André Pereira já depois de Herrera ter feito o empate. Cruzamento lúcido de Otávio quando já se apostava tudo sem pensar, para o mexicano resolver.

No último fôlego Jhonatan travou a reviravolta. Mas era injusto. O Moreirense não merecia tal castigo. Sai do Berço sem chama o dragão, com dois empates recheados de desperdício antes da deslocação a Roma. A Liga está viva.