Um empate entre Gil Vicente e Santa Clara mantém as duas equipas no oitavo lugar da I Liga. Com galos e insulares confortáveis na tabela, assistiu-se a um encontro muito tático, onde foram quase sempre os gilistas a assumir as despesas de jogo. Os ilhéus só em desvantagem é que começaram a procurar o golo e acabaram por conseguir.

Kraev abriu o marcador para os de Barcelos e Santana marcou para os açorianos, dividindo os pontos de forma igual. Assim, os dois conjuntos chegam aos trinta pontos, igualados pelo Moreirense, e estão cada vez mais perto de alcançar a manutenção.

A primeira metade do encontro foi um longo bocejo interrompido, aqui e ali, com umas bicadas do galo na baliza insular. As duas equipas entraram cautelosas, tentando manter o equilíbrio em todos os processos de jogo, para não serem apanhadas em contra-pé. Aos poucos, os galos foram assumindo as despesas da partida, mas mantinham sempre quatro homens na retaguarda, precavendo-se para o contra-ataque venenoso dos ilhéus.

No entanto, durante os primeiros 45 minutos, o Santa Clara limitou-se a defender e nunca incomodou o solitário guardião dos barcelenses, Denis. Do outro lado, Marco foi chamado a intervir duas ou três vezes e teve de se aplicar. Na jogada de maior perigo, defendeu com uma palmada para canto um remate que levava selo de golo, saído dos pés de Baraye.

O nulo ao intervalo, a falta de ambição dos insulares e castigava a falta de eficácia dos gilistas que, com a goleada sofrida frente ao Moreirense, sabiam que mais vale um ponto na mão do que três a voar. As duas formações tinham consciência de que estão a caminhar a passos largos rumo à manutenção e que, por isso, não valia a pena correr muitos riscos.

No reatamento, Vítor Oliveira viu-se forçado a fazer uma substituição. Fernando Fonseca levou um toque no pé de apoio na parte final da primeira etapa e teve que ser substituído. Claude assumiu o lado direito da defesa e Vítor Carvalho entrou para o miolo de terreno. Já João Henriques estava satisfeito com a igualdade e manteve o mesmo onze.

Contudo, o empate durou pouco. Os galos continuaram por cima no encontro e acabaram por chegar ao golo. Num contra-ataque bem delineado, o esférico sobrou para a esquerda para Baraye que devolveu para o meio onde Kraev rematou para o fundo das redes. Estava aberto o marcador e foi o tónico que os insulares despertassem e melhorassem a qualidade do jogo.

Já o Gil Vicente encolheu-se e deixou de fazer aquilo que vinha a fazer bem. Aproveitou o Santa Clara para tentar incomodar o, até então, tranquilo Denis. Começou, então, a dança das substituições nos dois lados. Deu-se melhor João Henriques, embora o golo tenha sido fabricado por dois jogadores titulares. Lincoln marcou o pontapé de canto que Santana transformou, com um belo golpe de cabeça, fazendo o empate.

Até ao final, os barcelenses tentaram repor a vantagem no marcador, mas nunca mais conseguiram ter discernimento para fazer as coisas com princípio meio e fim. Já a formação insular voltou a fazer o que melhor sabe: defender bem e explorar os erros dos adversários para sair no contra-golpe.