* Por Arnaldo Cafofo

Um Benfica de honra derrotou nos Barreiros o Marítimo por dois golos sem resposta. Uma vitória difícil, pois os encarnados jogaram desde os 37 minutos com dez elementos em campo, após a expulsão de Renato Sanches. Mitroglou e Talisca marcaram  na segunda parte, num desafio em que os encarnados estavam obrigado a vencer e não vacilaram.

Num estádio completamente cheio, os encarnados começaram a pressionar a formação insular desde cedo mas o primeiro remate do Benfica à baliza só aconteceu aos 12 minutos, quando Mitroglou cabeceou à figura de Salin.

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O Marítimo fazia o que podia para travar o ataque encarnado e até conseguiu de alguma maneira afastar a pressão. Os madeirenses espreitavam o contra-ataque, mas raramente chegavam à baliza contrária com perigo. A exceção aconteceu aos 16 minutos, com Plessis a desviar ao primeiro poste, mas a bola passou ao lado.

Depois de um começo de jogo algo lento, os encarnados cresceram e tomaram conta do jogo. Seguiu-se um punhado de oportunidades. Primeiro, Dirceu quase traiu Salin na tentativa de um corte e à passagem da meia hora Jonas atirou com estrondo ao poste esquerdo. Seguiu-se um remate de Carcela e um cabeceamento de Jonas a confirmarem o melhor momento das águias, que já justificavam o primeiro golo do jogo.

Um jogo que estava na iminência de tornar-se fácil ficou difícil aos 37 minutos. Renato Sanches derrubou Djoussé e viu o segundo cartão amarelo, depois de um primeiro por alegada simulação na área insular.

Se os encarnados já estavam obrigados a ganhar, de repente viam-se forçados a arrancar um triunfo a jogar em inferioridade numérica.

Há um mérito que deve ser conferido à equipa de Rui Vitória. Mesmo sem Renato Sanches, continuou no comando do jogo. Arregaçou as mangas. Teve de correr mais, sim, mas conseguiu preencher de forma competente os espaços deixados em branco pela ausência do jovem médio.

A segunda parte começou da melhor forma para o Benfica. André Almeida ganhou a bola perto da área e um defesa do Marítimo acabou por assistir inadvertidamente Mitroglou, que não falhou no frente a frente com Salin.

Em vantagem no marcador, o Benfica começou a pôr gelo no jogo. Cansaço ou experiência? Talvez um pouco das duas coisas. O mais difícil estava, afinal, conquistado.

A pouco e pouco o Marítimo ia crescendo, mas mostrava pouca imaginação para causar mossa junto à baliza de Ederson, bem protegido pela muralha defensiva e por um incansável Fejsa a quem se juntou, depois, Samaris numa luta com pouca história.

Do outro, Jonas e Pizzi tiveram nos pés o 2-0 na mesma jogada, mas acabou por ser Talisca a colocar, aos 83 minutos, um ponto final na (pouca) incerteza na marcação de um livre. A vitória do Benfica na Madeira estava certa: 2-0 que não foram três porque, já nos descontos, um desvio de Raul Jiménez encontrou o caminho da barra.

Os encarnados reagiram bem à vitória do Sporting na véspera e repuseram distâncias no mata-mata com o rival da Segunda Circular. Para a semana haverá campeão, mas esta noite, no Caldeirão dos Barreiros, já cheirou um pouco a ele.