FIGURA: Show
O passe para o golo de Nuno Santos é soberbo. Cabeça levantada, receção orientada e bola longa, a uns bons 25/30 metros. É na posição-seis que se sente mais confortável e será curioso perceber como Jesualdo Ferreira o conciliará – ou não – com Javi Garcia no futuro. Bom jogo do internacional angolano.

MOMENTO: Villanueva salva o Santa Clara (minuto 67)
No Bessa gritou-se golo, mas o venezuelano foi um desmancha-prazeres. Ou um salva-vidas, dependendo da perspetiva. Elis fez o chapéu a Marco, a bola encaminhava-se para a baliza, Mikel sprintou e tirou-a a tempo. Quase em cima da linha de golo.

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Outros destaques:

Nuno Santos
O médio cedido do Boavista entrou bem, confiante com bola, e aos 20 minutos estreou-se a marcar nesta época. A receção ao passe de Show foi perfeita e o remate saiu violentíssimo. Tem futebol, sabe o que faz em campo, quer entregar sempre bem, um médio para acompanhar com interesse neste regresso ao Bessa.

Alberth Elis
Animal competitivo, um avançado raivoso, a salivar por bola e baliza. Entrou logo com duas ameaças, pressionou sempre sem bola, obrigou os adversários a errar. Uma contratação acertadíssima do Boavista nos EUA. Agressivo, rápido e com grande sentido de baliza, pode fazer muitos golos.

Carlos Jr.
O Santa Clara estava caído e seriamente ferido. O que fez o avançado brasileiro? Pegou a equipa pela mão e em seis minutos – entre os 32 e os 38 – arriscou quatro remates à baliza de Léo Jardim. À quarta tentativa foi premiado com um excelente golo de cabeça. Golpe severo, de cima para baixo, a não dar hipóteses ao guarda-redes do Boavista. É um avançado inquieto, especialista em atazanar adversários, um jogador chato, no bom sentido do termo.

Mikel Villanueva
Voltou ao centro da defesa, depois de ter jogado na esquerda contra o Sporting, e manteve a bitola. Sereno, seguro, autoritário. Um rochedo no quarteto defensivo açoriano, claramente uma mais-valia nas escolhas de Daniel Ramos. Este internacional venezuelano pode chegar a patamares competitivos mais ambiciosos em Portugal.

Chidozie
Em Portugal ficou marcado por alguns erros com a camisola do FC Porto. Esse central inseguro e frágil já não existe. É o patrão da defesa axadrezada e fez um jogo imaculado contra o Santa Clara. Na segunda parte teve dois cortes, em esforço, determinantes.

Angel Gomes e Lincoln
Os dois baixinhos, bons de bola, tiveram aparições intermitentes. Fizeram muitas coisas boas, mas a dada altura o jogo passou a ser demasiado físico para talentos tão delicados. Não foram decisivos, mas contribuíram para a nota artística média/alta do jogo.