Há um nome incontornável no atual Sporting, que voltou à casa de partida para ser feliz e resgatar os três pontos para os leões. O Sporting venceu no Bessa pela margem mínima, num triunfo garantido com reviravolta e um penálti marcado por Bruno Fernandes na compensação.

O capitão chegou aos 13 golos na Liga e aos 24 na época contra a equipa que o formou. Não tremeu perante Bracali e pediu desculpa à plateia do Bessa, para gáudio dos verde e brancos.

A história recente longe de Alvalade vincava, por si, desafio interessante a um Sporting conhecedor do triunfo do Sp. Braga no dérbi minhoto, na busca do terceiro lugar. Acentuava-o um Boavista perfeito no Bessa com Lito: três vitórias sem sofrer qualquer golo. E um início fulgurante em tons de xadrez.

A pantera entrou de garras afiadas e cedo feriu o leão, num golo, em abono da verdade, que foi ter com Neris: começou num livre de Bueno e acabou com Jubal a ganhar nas alturas perante Coates e Ristovski, levando a bola a tocar quase involuntariamente no colega.

Três minutos bastaram para o marcador mexer e gelar um leão já de si petrificado em quatro das últimas cinco deslocações na Liga, com perda de pontos que só não aconteceu na Feira.

Entrada em falso do Sporting, tímido na resposta e com posse de bola cautelosa, mas lenta e previsível para um Boavista bom a explorar a largura em transição no início: exemplo na jogada que deu um remate perigoso de Perdigão, que só Renan deteve (12’).

Foi por aí o clique para um leão ameaçado e que foi crescendo aos poucos, com muita posse e lances de bola parada na busca do empate. É que o Boavista não deixava em jogo corrido. Quando permitiu, sofreu.

Edu Machado não teve destreza na pressão de Acuña e fez autogolo, ao tentar cortar a bola com origem numa investida de Raphinha: 1-1 ao minuto 17, a fazer crescer os leões.

Boavista-Sporting: o filme e a ficha de jogo

Exemplo disso foi a presença assumida no meio campo do Boavista, bem a fechar por dentro, mas mais permissivo nos corredores, às investidas de Acuña e Raphinha. A reviravolta ficou perto até ao intervalo e até entrou na baliza de Bracali, mas Raphinha foi apanhado em fora de jogo, um minuto após um cabeceamento de Luiz Phellype - em estreia a titular na Liga - ao ferro.

Sem Bas Dost e com Bruno Fernandes bem vigiado por Idris e Obiora, o Sporting só teve mais do médio a partir da hora de jogo, com algum desequilíbrio individual. Mas continuava a ser pelos corredores o embalo leonino, nas ações de Acuña e Raphinha. O Boavista segurava-se atrás, longe do perigo na área de Renan. As investidas do estreante Sauer eram em vão.

Ao mesmo tempo, o Sporting assumia a procura da reviravolta: Coates ficou a centímetros do golo de cabeça, Luiz Phellype falhou o cruzamento de Ristovski. Depois, faltava Bruno Fernandes: Bracali negou-lhe um golo de antologia, de bicicleta.

Keizer lançou Doumbia e Diaby, Lito apostou em Yusupha já depois de Matheus Índio e o jogo ganhou emoção e resposta aqui e acolá. Quando pouco parecia desatar o 1-1, João Pinheiro apontou para a marca de penálti, após um lance de Edu Machado com Raphinha. Ali foi depois Bruno Fernandes, para manter vivo o leão à busca pelo pódio (90+2').

Que bom regresso, não é Bruno?