O que faz a necessidade de pontos.

Esse aperto que o calendário traz, que é capaz de alterar quase por completo aquilo que foi feito antes dele.

Estoril e Nacional entraram em campo proibidos de perder pontos se quisessem fugir à cauda da tabela, essa tal que vai sufocando cada vez mais a cada jornada que passa, mais para o lado dos madeirenses ainda assim, porque os canarinhos, a mal ou bem, mantêm-se acima da linha de água.

Se, por um lado, os homens da casa vinham com motivação acrescida após o empate na Luz a meio da semana, do outro lado os insulares queriam jogar mais uma das últimas cartadas e somar três pontos frente a uma equipa cuja época não foi assim tão diferente da sua, pese embora atravessasse um período ascendente.

E o fator psicológico teve bastante influência no desenrolar do jogo. O Estoril entrou disposto a confirmar o bom momento e tentar adiantar trabalho, mas ao não consegui-lo permitiu ao Nacional somar uma série de boas ocasiões para chegar ao golo.

Não fosse a boa exibição de Moreira no primeiro tempo e as coisas poderiam ter corrido mal aos canarinhos, uma vez que os homens mais atacantes do Nacional foram ousados o suficiente para ameaçar as redes adversárias.

Ao intervalo o resultado parecia algo desajustado, mas aceitava-se.

FILME DO JOGO

O segundo tempo começou exatamente da mesma maneira, isto é, o Estoril a cheirar a baliza mas o Nacional a criar as melhores oportunidades de golo.

Valeu outra vez Moreira a negar o golo por duas vezes no mesmo lance aos insulares. Esse lance acordou por momentos a equipa da casa, que apostou mais no ataque, mas novamente sem efeitos práticos.

A superioridade da equipa visitante era claramente visível e não foi de estranhar o que aconteceu depois.

Aos 78 minutos, Víctor García rompeu pela direita e serviu de bandeja Zizo, que, no coração da área, rematou para o fundo das redes.

Uma verdadeira bomba de oxigénio para os madeirenses, que levou inclusivamente o presidente Rui Alves a um enorme tombo junto ao banco de suplentes.

Até ao final, o Estoril tentou pelo menos o empate, mas o Nacional fechou-se a sete chaves na defesa e segurou a vantagem.

Os insulares voltaram assim aos triunfos após 15 jogos sem conhecer o sabor dela (sim leu bem), e conseguiu assegurar três pontos vitais na luta pela permanência, podendo até aproveitar o facto de Tondela e Moreirense, adversários diretos, defrontarem clubes mais poderosos nesta ronda e, dessa forma, aproximar-se dos lugares de salvação.

Por outro lado, é de destacar a primeira derrota de Pedro Emanuel desde que assumiu o comando técnico da equipa canarinha.