À bomba. Neto encheu o pé direito, traçou o triunfo do Moreirense sobre o Boavista (1-0), e encheu também os pulmões do Moreirense de ar. Com terceiro triunfo consecutivo em casa a equipa de Moreira de Cónegos cavou uma margem de quatro pontos para a linha de água e assume-se como a grande vencedora da jornada no que à cauda da tabela diz respeito.

Triunfo importante numa ronda em que os concorrentes diretos perderam pontos, a fazer da sua luta pela manutenção um bem mais precioso do que a possível aproximação do Boavista ao quinto lugar. Pelo menos no relvado do Parque de Jogos Comendador Joaquim de Almeida Freitas foi a isso que se assistiu.

Para somar os três pontos a equipa de Petit foi mais forte, mas teve também que sofrer. Viu Jhonatan ser imperial a defender uma grande penalidade ainda na primeira parte, desperdiçou várias oportunidades e depois de marcar teve de se sujeitar com sofrimento ao maior assédio do Boavista.

Jhonatan segura Moreirense na crista da onda

Vigésimo quarto minuto da primeira parte, frente a frente entre Jhonatan e o regressado David Simão. Na marca dos onze metros o esquerdino bateu junto ao ferro, mas teve a oposição firme do brasileiro do Moreirense. Grande estirada a fazer o Boavista desperdiçar a quinta de sexta grandes penalidades esta época.

Foi o lance de maior frisson do Boavista em toda a primeira parte, um lance de golo iminente, a destoar de um domínio quase exclusivo dos Cónegos. A equipa de Petit foi mais aguerrida, mostrou com mais afinco ao que vinha e construiu vários lances de relativo perigo.

Arsénio tentou de primeira, Peña ousou várias vezes o remate quando o essa até nem foi a melhor a opção. Pelo meio Vagner teve de fazer duas defesas interessantes a opor-se a dois remates de Tozé, o mais esclarecido no tapete verde de Moreira de Cónegos.

Vários cruzamentos para a área, sempre limpos sem problemas pelos homens taludos do Bessa, várias decisões mal calculadas na hora de definir no último terço e um domínio inequívoco mas pouco produtivo do Moreirense definem a súmula de uma primeira parte pobre.

Bomba e sofrimento

O estilo de jogo não se alterou muito depois do período de descanso, mas as emoções passaram a estar mais à flor da pele, muito por força do golo marcado cedo pela turma de Moreira de Cónegos. A tal bomba de Neto resolveu o encontro quando estavam decorridos 52 minutos de jogo.

Um golo a dar expressão ao maior domínio da equipa de Petit. Grande golo a obrigar o Boavista a ter que fazer forçosamente mais. Foi a seguir ao golo sofrido que os axadrezados a preto e branco mais se fizeram notar, à boleia da irrequietude que saltou do banco de suplentes com Mateus.

Soube aguentar o Moreirense, e fez prevalecer a história que diz que o Boavista nunca saiu de Moreira de Cónegos com um triunfo a contar para o principal escalão do futebol português. Ainda não foi desta, tal como ainda não foi desta que o Boavista marcou fora de portas na segunda volta. Desiderato determinante para que a equipa de Jorge Simão averbasse a sexta derrota consecutiva fora de portas.

Respira o Moreirense com o terceiro triunfo consecutivo no seu reduto, ficando numa situação mais estável, apesar de longe de resolvida.