O Marítimo acinzentou ainda mais a pedreira e venceu o Sp. Braga (1-3), conseguindo aquilo que apenas Sporting e FC Porto ousaram fazer esta época, ou seja, sair do Municipal de Braga com os três pontos.

Um triunfo delicioso para o conjunto de Ivo Vieira, que começou a ser saboreado durante a tarde quando Paços de Ferreira, Belenenses e Rio Ave perderam pontos e voltaram a fazer o Marítimo acreditar na chegada ao sexto lugar da tabela classificativa.

Nesse sentido, os insulares foram mais acutilantes e mais incisivos perante um Sp. Braga apático e a jogar a um ritmo muito lento. João Diogo adiantou os insulares no marcador ainda no primeiro tempo, mas Éder empatou em cima do intervalo de grande penalidade. Danilo Pereira, que fez um jogo enorme, e Marega não quiseram deixar fugir a oportunidade concedida pelos concorrentes diretos e selaram o triunfo já no segundo tempo.

Emoção apenas antes do descanso

O melhor da primeira parte ficou guardado para os últimos minutos. João Diogo abriu o ativo a seis minutos do período de descanso com uma jogada individual de fino recorte. A jogar em terrenos mais adiantados esta noite, o defesa tirou Aderlan Santos do caminho e atirou para o fundo das redes com enorme classe à saída de Matheus. Um golo que fez mexer um encontro morno e que premiava a exibição da equipa madeirense na pedreira. Apesar de o ritmo não ser muito alto, as incursões ofensivas da equipa de Ivo Vieira eram as mais incisivas até aí.

Contudo, o último fôlego bracarense deu em golo através da transformação de uma grande penalidade. Éder bateu Welligton da marca dos onze metros, convertendo o penálti que próprio sofreu num lance com Raúl Silva. O lance não é claro e os minhotos acabaram por beneficiar de uma abordagem imprudente do defesa do Marítimo para evitar a desvantagem no marcador ao intervalo.

Convicção madeirense e permeabilidade arsenalista

Para trás dos golos ficaram quarenta minutos de futebol pobre, sem nervo nem fúria e com as balizas serem avistadas ao longe como meras miragens. Sérgio Conceição foi o primeiro a mostrar sinais de desagrado ao operar duas substituições logo ao intervalo. Pedro Tiba e Tiago Gomes ficaram no banco de suplentes para darem lugar a Rúben Micael e a Pedro Santos. Os efeitos práticos foram nulos e a primeira mostra, de parte a parte, prometia mais do mesmo no segundo tempo. Os minutos iniciais da segunda parte voltaram a arrancar não mais do que bocejos das bancadas.

Mas a convicção maritimista foi mais forte e a equipa de Ivo Vieira chegou à vantagem com dois golos que tiveram tanto de mérito da sua equipa como demérito da defesa do Sp. Braga. A facilidade com que Danilo Pereira e Marega apareceram na cara de Matheus, após perdas de bola comprometedoras, deixou Sérgio Conceição à beira de um ataque de nervos.

Num ápice, em três minutos, o Marítimo conseguiu uma vantagem interessante de dois golos e embalou para um triunfo que acaba por relançar a equipa na luta pelo sexto lugar, que dá acesso à Liga Europa.

As contas de somar fazem-se para o Marítimo, enquanto que o Sp. Braga, já com o quinto lugar e o consequente apuramento europeu igualmente carimbado, parece já estar em velocidade de cruzeiro e com rota a apontar a Oeiras. Quinto jogo consecutivo dos bracarense sem ganhar embalam o conjunto de Sérgio Conceição para a pior série da época.