Num jogo entre adversários diretos no fundo da tabela, o Boavista conseguiu, com perseverança, vencer um jogo em que dominou quase todo o encontro, mas em que teve pela frente um guarda-redes que conseguiu travar quase tudo.
 
O Penafiel entrou melhor no jogo, mais atrevido com Aldair a tentar chegar junto à baliza de Mika e a fazer a bola rasar por duas vezes os postes. Mas durou menos de dez minutos esta supremacia penafidelense. A partir daí, o Boavista entrou no jogo e este passou a ter essencialmente sentido único, o sentido da baliza do Penafiel.
 
Fruto de um meio campo forte, o Boavista começou então a fazer a bola chegar à frente e o Penafiel foi obrigado a baixar as linhas. Os maiores lances de perigo da primeira parte surgiram pelo corredor esquerdo do ataque boavisteiro, com Brito a ganhar todos os duelos a Tony, e a colocar a bola na área, onde iam aparecendo Uchebo e Zé Manuel. Mas onde estava também Haghighi que, apostado em manter a baliza inviolável, conseguiu estar em todo o lado.
 
Com voos aparatosos e corajosas, mas oportuníssimas, saídas, o guardião iraniano negou o golo a uma cabeçada de Uchebo, a um remate de Zé Manuel, a uma investida de Brito, e depois novamente a Uchebo.
 
A primeira parte terminou assim com uma espécie de tiro ao alvo à baliza do Penafiel, e foi assim que começou a segunda parte. O domínio do Boavista era absoluto e só Haghighi conseguia manter o nulo no marcador. Uchebo não desistiu de tentar, até ao final, mas a bola estava destinada a não trair o empenhado guardião do Penafiel.
 
Depois, um momento insólito mudou o sentido ao encontro. O jogo esteve interrompido durante mais de dez minutos por o árbitro ter considerado que não havia iluminação suficiente no estádio e, quando foi reatado, o Penafiel parece ter ganho um novo fôlego. Primeiro Aldair chegou à área axadrezada, mas Mika segurou. Depois foi o recém-entrado Vítor Bruno, de livre, a atirar junto ao poste.
 
Entretanto o Boavista recompôs-se e o encontro voltou à toada anterior e, já quando o relógio ameaçava com o final do encontro, Carlos Santos aproveitou um ressalto de bola na área e fez o golo que faz justiça à exibição axadrezada, e que permite ao Boavista dar um salto na tabela classificativa.