*por Tomás Faustino

FIGURA: Helton Leite

Tem o mesmo nome que um dos melhores guarda-redes que passou no futebol português nos últimos anos e, pelos vistos, semelhantes atributos que lhe podem fazer sonhar seguir o exemplo do compatriota (o outro Helton, que passou pelo FC Porto). Na Choupana, face a um autêntico vendaval ofensivo dos madeirenses e ao grande desacerto da sua equipa, Helton brilhou a grande intensidade segurando o nulo com ótimas defesas aos 16’, 62’, 70’, duas consecutivas aos 90’, e mais uma aos 93’. Chega ou ainda querem mais?

O MOMENTO: dupla defesa de Helton em cima dos 90’

O Nacional dava o tudo por tudo nos últimos minutos para chegar à vantagem mais que merecida, mas Helton não estava para aí virado. Livre a favor dos insulares, batido de forma curta para Nuno Campos que, com um míssil do meio da rua, testou os reflexos do guardião brasileiro. Na recarga, a bola sobrou para Júlio César, mas Helton, imponente, brilhou com mais uma magnífica estirada. Se dúvidas houvesse, foi aqui que se percebeu que esta ‘muralha’ intransponível seria elevada a herói e seguraria o nulo até ao apito final, para desespero dos alvinegros.

Outros destaques

Neris: o defesa-central brasileiro esteve imperial no jogo aéreo e ganhou tudo o que havia para ganhar. Foi um dos principais responsáveis pelo nulo no marcador. Não comprometeu na primeira fase de construção, simplificando as suas ações, com processos simples.

Gonçalo Cardoso: júnior na idade, mas sénior na maturidade. Juntamente com os dois destaques brasileiros, o jovem português foi o rosto do nulo insular, batendo-se de forma brava contra o vendaval ofensivo insular. Metam os olhos nele: no Bessa está a criar-se um senhor jogador.

Camacho/Witi: os extremos insulares criaram imensos desequilíbrios em virtude das suas valências técnicas e mudanças de velocidade. Correram, fintaram, cruzaram e nunca viraram a cara à luta. Determinados, mereciam outro desfecho.

Campos: o jovem lateral madeirense agora adaptado à esquerda encontra-se num excelente momento de forma e para além de cumprir rigorosamente nas tarefas defensivas, está-se a tornar cada vez mais influente no processo ofensivo da sua equipa. Por duas vezes esteve mesmo perto de marcar, mas a primeira passou ao lado e a segunda viu Helton ser enorme.