FIGURA: Yuri Ribeiro

A ideia de jogo preconizada por Miguel Cardoso exige subidas firmes e constantes por parte dos laterais, de moda a ter profundidade e ao mesmo tempo largura. Yuri interpreta o papel na perfeição: desequilibra, executa cruzamentos precisos e defende com extrema competência. Esta tarde, a exibição rubricada pelo lateral cedido pelo Benfica não fugiu ao habitual. Nota para o cruzamento sensacional feito para a cabeçada de Guedes, valeu Miskiewicz a impedir que a jogada tivesse sucesso.  Mais tarde, a combinação com Guedes surtiu efeito e os vila-condenses igualaram o marcador. Crescimento sustentado e equilibrado, condições mais do que suficientes para regressar à casa de partida.

O MOMENTO: minuto 86', uma lição para quem gosto de ir ver a bola ao estádio

Há adeptos que entram tarde ou saem mais cedo, conforme o resultado. Esta tarde, quem saiu mais cedo do Estádio do Rio Ave não viu a cambalhota no marcador alcançada pelos comandados de Miguel Cardoso. Bola longa para Dala - o que não usual nesta equipa - abordagem completamente errada de Miskiewicz, que derrubou o angolano dentro da área. Chamado a converter o penálti, Pelé não tremeu e fez o 2-1.

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OUTROS DESTAQUES:

Gabrielzinho: anunciado no começo da temporada como o reforço mais caro da história do Rio Ave, tarda em convencer. Primeiro jogo a titular esta época com poucas memórias de encher a alma. Inúmeras perdas de bola quer em tentativas individuais, quer na tomada de decisão, quase sempre má. Ainda tentou um pontapé de primeira após uma boa receção (16’), mas nem aí foi capaz de acertar em cheio na bola. Por incrível que pareça, apenas saiu à entrada para os vinte minutos finais. Uma exibição para não recordar.

Miskiewicz: a estreia na Liga a titular estava a correr de feição. Um par de intervenções decisivas e vistosas mostravam um polaco à altura do habitual titular, Caio Secco. Porém, em cima do minuto noventa, o guarda-redes dos fogaceiros calculou mal a saída à bola e acabou por derrubar Dala com a cabeça, dentro da área. Pelé concretizou o castigo máximo e ligou, quase que umbilicalmente,  Miskiewicz ao desfecho final da partida.

Guedes: iniciou a reviravolta vila-condense com um belo golpe de cabeça, no segundo round do duelo com Miskiewicz. Ao contrário do habitual, foi letal e mortífero na hora de atirar à baliza. Esta tarde, chegou aos onze golos na época, o melhor registo da sua carreira. Tal como Yuri, o seu crescimento é mérito de Miguel Cardoso e da forma como colocou o Rio Ave a jogar.

Luís Machado: março é o mês do equinócio da primavera, mas não só. É o mês em que Luís Machado costuma desatar a marcar golos em jogos consecutivos. Na última temporada, apontou de forma seguida os dois únicos golos da época e este ano repetiu o feito. O golo apontado esta tarde acabou por revelar-se insuficiente para o Feirense. Ainda assim, Luís Machado, mais do que ninguém, não merecia o desfecho negativo para a sua equipa.