Depois de ameaçar na Luz e no Dragão o Moreirense fez uma gracinha na Pedreira, empatando a uma bola no reduto bracarense. O dérbi minhoto entre cónegos e arcebispos não tem histórico de rivalidade, mas a verdade é que o encontro teve várias incidências. O Moreirense viu ser-lhe mal anulado um golo limpo, Josué falhou uma grande penalidade, os bracarenses acabaram reduzidos a nove, o Moreirense a dez, e foi Boly a empatar no último fôlego do encontro.

A meio de uma eliminatória europeia, depois da derrota caseira diante do Shakhtar Donetsk, e em vésperas do jogo da 2.ª mão, Paulo Fonseca promoveu uma autêntica revolução no onze, mudando sete das peças do seu xadrez, mantendo apenas Baiano, Boly, Pedro Santos e Stojiljkovic.

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Apesar da transfiguração e de jogar com elementos menos utilizados como Arghus, Ringstad ou Aarón, a equipa bracarense manteve-se fiel aos seus princípios de jogo e pegou no esférico, pondo em mira a baliza de Stefanovic.

Pedro Santos saiu lesionado ainda na primeira parte Contrariedade para o Sp. Braga

Ricochete contra o golo mal anulado

Domínio absoluto do Sp. Braga, ainda que sem criar grandes lances de perigo. Quando o fez Wilson Eduardo teve uma perdida incrível a passe de Baiano. O atacante pegou mal na bola e atirou por cima quando tinha a baliza à sua mercê.

O Moreirense limitava-se a ser organizado defensivamente e escasseavam os atributos para armar jogo, como que se subjugando a um Sp. Braga que esteve longe de evidenciar a intensidade de outros jogos.

Contudo, da primeira vez que os pupilos de Miguel Leal ousaram beliscar o adversário chegaram mesmo ao golo. Descaído para a esquerda no inferior da área, Iuri Medeiros apanhou as condições ideais para fazer uso do seu pé esquerdo com um remate indefensável para Marafona, mas o golo foi invalidado. Má decisão da equipa da arbitragem, uma vez que o jogador do Moreirense estava claramente em jogo.

Queixaram-se, e com razão, os responsáveis do Moreirense no regresso aos balneários antes do intervalo. Depois do período de descanso, a equipa de Miguel Leal chegou ao golo logo aos seis minutos, num livre em que a sorte esteve do lado dos Cónegos. Canto de mangas arregaçadas, Stojiljkovic tenta cortar e acaba por atirar a bola contra Evaldo que faz ricochete para o fundo das redes.

Nem de penálti nem com Rafa, foi Boly à cabeçada

Cenário adverso para o Sp. Braga, que se via obrigado a correr atrás do prejuízo num jogo em que algumas cabeças já estariam em Lviv e em que horas-extra não estariam nos planos. Balanceou-se para o ataque o Sp. Braga, montou o cerco à baliza do Moreirense e deu início a uma sessão de tiro à baliza do conjunto de Moreira de Cónegos.

Só que estava lá Stefanovic, que rubricou uma exibição de grande nível. Parou uma grande penalidade apontada por Josué com uma defesa estrondosa e assinou mais um par de intervenções que deixaram a Pedreira à beira de um ataque de nervos.

O Moreirense espreitava um resultado positivo, Josué falhou uma grande penalidade e Rafa esteve na cara de Stefanovic, mas ninguém conseguia abanar as redes, confirmando-se a noite negativa do Sp. Braga.

Vítor Gomes ainda foi expulso, deixou o Moreirense em inferioridade numérica, mas problemas físicos pós substituições fizeram com que o Braga acabasse apenas com nove devidos às lesões de Baiano e Arghus. Parecia que corria mesmo tudo mal.

Até que para lá dos noventa, aos 95 minutos, Boly evitou a terceira derrota consecutiva do Sp. Braga com um cabeceamento portentoso a desfeitear Stefanovic. Resultado atenuado para os bracarenses, perante um Moreirense que esfregava as mãos com os três pontos, um passo de gigante para a manutenção, que se limita a apenas um passo menor. Os Cónegos conquistaram um ponto à concorrência.