Soares voltou a ser decisivo. Marcou bem cedo e deu tranquilidade com um segundo golo soberbo. Marega e Sérgio Oliveira também fizeram o gosto ao pé.

Transmontanos entraram bem mas cedo quebraram ao não serem eficazes na reação aos primeiros dois golos dos Dragões. Competentes, e mais fortes, portistas fizeram o resultado e geriram a partida, a pensar na champions, mas mesmo assim chegaram à goleada.

Nos flavienses, o meio campo foi o sector a sofrer as duas únicas alterações face à vitória no Feirense, ao Luís Castro lançar Filipe Melo para o lugar do lesionado Jefferson, enquanto Pedro Tiba rendeu Stephen Eustáquio, após ter cumprido castigo.

Já Sérgio Conceição operou três mudanças no seu onze face ao triunfo com o Sporting, para a Taça de Portugal, a meio da semana, com José Sá a regressar à baliza, Maxi Pereira a ser lançado no lado direito da defesa para o lugar de Ricardo Pereira, e Otávio a render Brahimi no ataque.

Bis de Soares coroou eficácia

Quando duas equipas querem muito a mesma coisa, é normal o jogo ser intenso e duro. Neste caso, a luta pela bola foi terrível nos minutos iniciais, com os flavienses a procurarem mandar em casa, e os dragões a querem também o domínio do encontro.

A querer retomar a liderança do campeonato, o FC Porto de Sérgio Conceição surgiu em Chaves muito pragmático, e cedo colheu frutos do rigor que apresentou.

O primeiro sinal mais surgiu logo aos dois minutos, com Maxi a subir no flanco e a bola a sobrar para a entrada da área, onde Herrera disparou forte para defesa atenta de António Filipe.

Mas nesta fase o jogo estava bem dividido. Os flavienses atacavam com velocidade por Davidson e Matheus Pereira, e respondiam os portistas com Otávio e Corona a procurarem os desequilíbrios.

Mas, nesta fase, o golo estava reservado para Soares. O brasileiro ameaçou cedo, aos 11 minutos, quando Otávio o serviu na área, mas Maras, após uma primeira abordagem, cortou o lance.

Era o prenúncio do que estava para vir… e em dose dupla. Em cima dos 15 minutos, Otávio recuperou a bola e Sérgio Oliveira isolou Soares entre os centrais, num passe genial que o atacante tratou de aproveitar, com um desvio subtil, mas decisivo, para o fundo das redes.

Um dos momentos do encontro surgiu a seguir. A resposta dos transmontanos foi boa… mas sem capacidade de finalização. Logo no minuto seguinte ao golo, Pedro Tiba recuperou mas não conseguiu o remate. Depois, aos 22 minutos, Matheus Pereira ganhou espaço, atirou com força, mas José Sá fez uma enorme intervenção.

Mais importância teve este momento porque pouco depois, aos 28 minutos, Soares tirou um «coelho da cartola». Maxi cruzou pela direita e o avançado atirou num remate de primeira, à meia-volta, sem deixar a bola cair, para um golo de belo efeito.

A tranquilidade no marcador não fez a equipa de Luís Castro desistir do encontro, mas voltou a faltar eficácia no momento certo. Aos 36 minutos, novamente Matheus Pereira pela direita, a furar a defensiva portista e a servir Davidson, que viu Diego Reyes e José Sá evitarem o empate e o reentrar do Chaves na partida.

Marega e Sérgio Oliveira construíram a goleada

Voltou atrevida a formação flaviense, mas foi sol de pouca dura. A equipa de Sérgio Conceição manteve-se concentrada, competitiva, e rapidamente voltou a tomar conta do encontro.

Até então desaparecido no encontro, Marega ainda apareceu para dar um ar da sua graça e entrar no registo da partida. Aos 57 minutos, esteve mais uma vez em destaque Otávio, ao criar o lance que Marega tratou de finalizar, embora com sorte à mistura.

Frente a uma equipa mais forte, Luís Castro começou a refrescar a sua equipa, sem efeitos práticos, na verdade, com Perdigão e Eustáquio a serem chamados para o encontro. Do outro lado, Sérgio Conceição entrou em modo de gestão, com o pensamento na Liga dos Campeões, ao retirar Marega, Otávio e Corona, até aos 74 minutos, para as entradas de Waris, Oliver e Ricardo Pereira.

A partida ganhou contornos de goleada e podia ter sido mesmo mais pesada para os transmontanos, quando os ferros entraram em ação.

Primeiro, aos 59 minutos, Soares ficou perto do hat trick ao disparar forte à entrada da área, mas o poste negou o golo. Já com o ganês Waris em campo, o atacante atirou com força à barra após uma jogada pela esquerda.

A um ritmo muito mais baixo, e num domínio flaviense consentido pelo FC Porto, apenas Pedro Tiba aos 74 minutos assustou, ao ganhar espaço no meio e a disparar em jeito, mas ao lado.

Em pleno tempo de compensação, Sérgio Oliveira quis imitar Soares e fez também ele um golaço. O trabalho foi de Herrera, que serviu o médio português que num remate também à meia-volta disparou para o fundo das redes para fechar o triunfo azul e branco em Trás-os-Montes.