Quarto empate consecutivo do FC Porto, terceiro sem golos. Existe de facto um problema de eficácia neste FC Porto de Nuno Espírito Santo que, desta vez, deixou os adeptos engasgados com dois golos presos nas gargantas. Mas estar a destacar os problemas de finalização do FC Porto, seria menosprezar a boa exibição do Belenenses que também teve oportunidades para marcar num jogo difícil, debaixo de intensa chuva e com um relvado que foi perdendo qualidade. Jogo à parte, a verdade é que o Dragão voltou a marcar passo e pode chegar ao final da ronda no quinto lugar e a sete pontos do líder.

Confira a FICHA DO JOGO

Nuno Espírito Santo começou por dar um voto de confiança ao «onze» que empatou em Copenhaga, mantendo Corona sobre a direita, com Óliver e Otávio no apoio direito a Diogo Jota e André Silva. Quim Machado, por seu lado, também fez apenas uma alteração em relação à vitória do Belenenses, há 21 dias, em Santa Maria da Feira, apostando na entrada de Oriol Rosell para o lugar do castigado Palhinha. O FC Porto procurou assumir as rédeas do jogo desde o primeiro apito de Manuel Oliveira, mas cedo deparou-se com um adversário irreverente, que respondia mal recuperava a bola, com lançamentos longos para as investidas de Camará e Gerso.

Um jogo aberto que só não foi mais rápido devido à muita chuva que foi caindo ao longo da noite que impunha «traiçoeiras» travagens da bola sobre a relva. O FC Porto procurava explorar as alas, com Maxi e Alex Telles muito ativos no apoio ao ataque, mas a verdade é que a primeira oportunidade foi para a equipa da casa, aos 14 minutos. Bomba de André Sousa a surpreender tudo e todos e a ser devolvida, com estrondo, pela base do poste, com Casillas já batido. Um lance que colocou o FC Porto em sentido, procurando atacar com mais segurança, procurando desequilíbrios com mais paciência. Foi assim, com um grande passe de Corona, que o FC Porto quase chegou ao golo, dez minutos depois da bomba de André Sousa, com Óliver a aparecer destacado na área com tudo para bater Joel Pereira. No entanto, inexplicavelmente,  procurou servir André Silva e Domingos Duarte acabou por cortar o lance para desespero dos adeptos do FC Porto que já estavam de pé, prontos para gritar «golo».

O jogo seguiu repartido, com as equipas a atacar à vez, e o Belenenses voltou a cheirar o golo num lance que começa com Camará a ultrapassar Marcano sobre a direita e a cruzar tenso. Casillas antecipa-se na área e corta com uma palmada, oferecendo a bola a Sturgeon que, na ânsia de acertar nas redes, atirou por cima. O equilíbrio acentuou-se nos minutos que antecederam o intervalo e o jogo aqueceu no relvado. Primeiro com um encosto de cabeças entre Camará e Felipe que provocou um «sururu» no relvado. Manuel Oliveira consultou um dos auxiliares e optou por punir os dois jogadores com amarelos. O jogo não voltou a ser o mesmo até ao descanso, com muitas faltas e amarelos a comprometer um espetáculo que chegou a ser promissor.

O FC Porto regressou mais determinado, a imprimir maior velocidade ao jogo, dentro do possível, com o relvado cada vez mais alagado, mas a verdade é que continuava a falhar muitos passes. Ainda assim, os adeptos do FC Porto, em grande número no Restelo, voltaram a ficar com o golo preso nas gargantas. Otávio cruzou da direita, Marcano cabeceou com tudo, mas Florent, sobre a linha fatal, cortou in extremis.

Faltava ainda meia-hora para o final, mas começava aqui a fase de desespero do FC Porto. Nuno Espírito Santo lançou, num espaço de poucos minutos, Depoitre, André André e Varela, fazendo evoluir a equipa para um 4x3x3. O FC Porto acelerava ainda mais o jogo, mas parecia procurar a zona mais difícil para entrar na área do Belenenses, provocando muitos choques. Novo momento de desespero para os adeptos quando Depoitre, lançado por Danilo, entrou na área, sozinho e…escorregou.

Nada saía bem ao FC Porto e com os ponteiros do relógio a acelerar e o relvado cada vez pior estado, o quadro foi ficando cada vez mais negro. Ainda podia ter sido pior se Camará tivesse finalizado melhor um grande lance de Gerso. André Silva ainda teve uma oportunidade, mas Joel Pereira, com uma boa mancha, matou o remate do avançado à nascença. Não havia nada a fazer.

O FC Porto somou o quarto empate consecutivo, o terceiro sem golos. Parece, de facto, haver um problema de eficácia na equipa de Nuno Espírito Santo, são demasiados empates.