Triunfo fora de horas com direito a duplo festejo. A estreia de Rúben Amorim na pedreira pediu comprimido debaixo da língua. O técnico referiu ter medo que lhe desse um AVC pela indisponibilidade de dar indicações para dentro do campo. Se escapou esta noite… Triunfo (2-1) sobre o Tondela depois de estar a perder durante grande parte do jogo.

O golo da vitória chegou já para lá da hora, ao minuto 90+2, com Paulinho a assinar o segundo da sua conta pessoal. Festejos exacerbados em dose dupla após o VAR confirmar que havia posição legal por oito centímetros e a fazer, aí sim, a pedreira subir a temperatura numa noite gélida.

FICHA DE JOGO E NOTAS AOS ATLETAS

Exímio fora de portas, o Tondela esteve quase a escrever mais um capítulo na sua caminhada. Fê-lo parcialmente, uma vez que marcou pela primeira vez em Braga, mas faltou engenho para segurar o resultado nos derradeiros minutos. Murillo aproveitou um brinde para adiantar a equipa de Natxo no marcador, mas Paulinho bisou e resgatou os guerreiros.

A primeira mostra do sistema de três defesas por parte do novo técnico do Sp. Braga lembrou pecados antigos, nomeadamente na circulação de bola lenta, essencialmente na primeira metade. Valeu a reação por parte da equipa da casa.

De onde veio a tremedeira?

Rúben Amorim apresentou-se à pedreira e com ele deu a primeira mostra do seu sistema de três defesas aos adeptos. Após a goleada histórica na estreia, 1-7 frente ao Belenenses, os arsenalistas entraram a dominar territorialmente frente ao Tondela, tal como era expectável. Murillo no lugar de Sequeira foi a única alteração na equipa bracarense.

Holofotes no Sp. Braga com uma nova identidade prometida no pós Sá Pinto, mas a verdade é que a pedreira voltou a sentir na pele pecados antigos. A entrada foi dominadora, mas sem grandes lances de perigo. Faltava imprevisibilidade, velocidade, verticalidade. Enfim; faltava acelerar o jogo.

Pouco aparatoso, do outro lado estava um Tondela organizado e que sabe bem o que faz a jogar fora de portas. Soube estar, soube juntar linhas e permitir que o Sp. Braga aproveitasse os tais holofotes para depois se lançar em contragolpe. Conseguiu-o em toda a linha e saiu para o intervalo em vantagem.

Sem soluções, o Sp. Braga tremeu. Bruno Viana personificou isso mesmo e deu a bola a Murillo em cima da linha do meio campo. O avançado não se fez rogado e foi à cara de Matheus gelar ainda mais a pedreira. Erro incrível de Viana, aproveitamento de nota máxima de Murillo. Tremeu o Sp. Braga, inexplicavelmente, e descontrolou-se por completo nos instantes finais da primeira metade, ficando aliviado pela interrupção do encontro sem encaixar um segundo golo.

Paulinho resgata guerreiros

André Horta e Galeno saltaram para o relvado ao intervalo. Rúben Amorim mexeu na equipa para inverter a tendência, fazendo-o em dose dupla. Dois pesos pesados da equipa da era Sá Pinto foram chamados a jogo e Galeno ameaçou com um remate perigoso logo nos instantes iniciais do segundo tempo.

A exemplo do que aconteceu esta época frente a adversários de montra, o Tondela jogou com três defesas centrais. Juntando-lhe os laterais, que em muitos momentos se alinharam com a defesa, os beirões jogaram com cinco defesas, montando uma barreira organizada e difícil de transpor.

Repetiu-se o guião da primeira parte. O Sp. Braga instalou-se no meio campo adversário, dominando por completo o jogo. Cruzamentos e mais cruzamentos para a área, com Galeno em plano de destaque na esquerda. Ia valendo Cláudio Ramos a suster a vantagem. Num dos muitos cruzamentos de Galeno Paulinho empatou a partida. O cruzamento é meio golo, na área o ponta de lança marcou um golo precisamente à ponta de lança.

Carregou o Sp. Braga, com o Tondela mais retraído até na capacidade de resposta. Perante uma dose assinalável de ameaças, o Sp. Braga chega ao segundo quando passavam dois minutos para lá dos noventa. Paulinho novamente, quem mais? No sítio certo para dar a cambalhota ao marcador.

De forma sofrida, é certo, o Sp. Braga ascende ao quinto lugar e é agora o principal perseguidor ao Sporting.