Pulmões cheios de ar na Amoreira. O Estoril encerrou a jornada 22 com um triunfo saboroso em Moreira de Cónegos, ultrapassando de uma assentada seis adversários, entre os quais o Moreirense, que teve o jogo na mão, mas acabou por permitir a reviravolta no marcador (1-2).

Cambalhota no marcador com direito a ultrapassagem em série, portanto. O Estoril esteve em desvantagem durante um largo período de tempo e viu o Moreirense desperdiçar uma grande penalidade, mas ainda recuperou o fôlego e deu a volta ao resultado com um cruzamento de Allano que Sagna desviou para a baliza e com Eduardo a ter frieza na marca dos onze metros.

Aflitos na tabela mas moralizados depois da jornada vitoriosa no último fim-de-semana, tanto Sérgio Vieira como Ivo Vieira não fizeram qualquer modificação nos seus onzes, apostando exatamente nas mesmas equipas que bateram o Tondela e o Sporting.

Pequeno Tozé trava agigantar do Estoril

Galvanizado pelo triunfo diante do Sporting, procurando fugir ao último lugar, o Estoril fez por se agigantar no início do encontro, tentando assumir as rédeas do jogo no meio campo da equipa da casa. Conseguiu-o, de certa forma, entrando por cima no encontro, pelo menos na vontade.

Só que o Moreirense, por intermédio do pequeno Tozé, tratou de mostrar quase de imediato as suas armas: as transições rápidas. Numa cavalgada de Arsénio pelo corredor esquerdo, o extremo chamou a sai as atenções e deu depois para Rúben Lima cruzar largo para o flanco oposto, onde apareceu Tozé a rematar com classe de primeira para o fundo das redes.

Choque de ideologias patente em dez minutos. Um Estoril de posse levou também ele um choque de eficácia por parte dos Cónegos. O golo da equipa de Sérgio Vieira repartiu os pratos da balança e obrigou as equipas a adaptarem-se à nova realidade. O Estoril deixou de se expor tanto e o Moreirense fez peito com a vantagem, assistindo-se a uma primeira metade interessante com oportunidades dos dois lados.

Num pontapé de canto Pêpê quase enganou Jhonatan e atirou diretamente à baliza, obrigando o guarda-redes a fazer uma defesa apertada para canto. Antes disso já Arsénio tinha estado na cara de Renan, mas falhou o segundo do Moreirense num lance em que podia ter feito claramente mais.

Cambalhota em nove minutos

Mais tranquila depois do descanso, a equipa do Moreirense reentrou melhor no encontro em dez minutos Edno dispôs de duas oportunidades para visar a baliza adversária, mas perdeu ângulo de remate e nem chegou a rematar. Ao minuto 55 Neto teve nos pés uma oportunidade soberana, mas desperdiçou um castigo máximo ao atirar à base do poste.

Momento que galvanizou a equipa da linha e fez tremer os Cónegos, a meias com o recuar precoce do Moreirense e do muscular do meio campo para segurar a vantagem demasiado cedo. Num ápice, em menos de dez minutos o Estoril deu a volta ao resultado e ultrapassou o Moreirense.

Primeiro foi Allano a cruzar da esquerda, contando com um desvio decisivo em Sagna para fazer um chapéu perfeito a Jhonatan. Pouco depois Eduardo teve a arte que faltou a Neto, não desperdiçando da marca dos onze metros. Golo a selar a cambalhota no marcador e a confirmar o histórico positivo do Estoril em Moreira de Cónegos na Liga.

O Estoril livra-se da lanterna vermelha, consegue um resultado moralizador e um ciclo inédito ao somar pela primeira vez três triunfos consecutivos. Muito por culpa própria o Moreirense complica as suas contas e desce à zona vermelha.