O Marítimo apadrinhou neste domingo o regresso do Santa Clara com uma vitória sofrida e que acabou por cair do céu.

A partida, recorde-se, não contou com o uso do VAR, uma vez que o árbitro nomeado, o madeirense Anzhony Rodrigues, não está habilitado para esta tecnologia. A equipa de arbitragem inicial não conseguiu voar para a Madeira.

FILME E FICHA DE JOGO

Como era esperado, o Marítimo entrou dono e senhor das operações, colocando o Santa Clara em sentido e numa situação de quase sufoco. Também sem surpresa, a formação açoriana foi a jogo apostando numa toada inicial de contenção, na expetativa de explorar eventuais erros dos madeirenses.

Mas a autoridade dos verde-rubros durou cerca um quarto de hora, tendo nesse período a primeira grande oportunidade do jogo. Aos 13 minutos, Joel surge isolado na grande área açoriana, após uma bela assistência de Danny, mas o desvio do esférico foi embater caprichosamente no poste esquerdo do guardião Marco.

O lance deveria ter alimentado o ímpeto maritimista, mas tal não foi o caso. O Santa Clara não se amedrontou, equilibrou a contenda e passou a acertar melhor nas marcações. Aos 26’, após um período de alguma indefinição quanto a quem mandava no jogo, Piñeda surgiu na esquerda com espaço, controlou bem o esférico e rematou forte para grande defesa do guarda-redes iraniano Amir!

A partir deste lance só deu Santa Clara e... Amir.

Aos 35’, na sequência de um lance de bola parada, o guarda-redes iraniano, qual guarda-redes de andebol, manteve as redes suspensas ao evitar o golo dos açorianos com uma grande defesa a remate Zé Manuel, desferido quase à queima roupa já perto da pequena área.

Aos 41’, Amir opôs-se novamente em grande estilo a um remate do meio da rua de Thiago Santana, que ainda viu a bola ir embater na trave após a palmada magistral do guardião.

O intervalo chegou com o Santa Clara a controlar as operações, tanto a contrariar o jogo ofensivo do Marítimo, como a construir lances com grande simplicidade. Aos madeirenses, sublinhe-se, valia um Amir imperial, que ainda resolveu, com grande eficácia, outros lances de perigo na sua área.

Mais equilíbrio no regresso

A pálida imagem deixada na primeira parte não foi suficiente para que Cláudio Braga mexesse na equipa durante o descanso. Do lado açoriano, a exibição da equipa só podia transmitir tranquilidade a João Henriques.

O reatamento trouxe uma partida mais equilibrada. O Santa Clara manteve-se algo recuado e orientado para as transições rápidas, enquanto que Marítimo, mais concentrado, procurava, pacientemente, chegar ao golo. Sem sucesso, pois a equipa açoriana entrou a controlar e até a criar os lances de maior perigo.

Insatisfeito, Cláudio Braga mexeu na equipa, fazendo entrar Rodrigo Pinho para o lugar de apagado Ricardo Valente. E o avançado brasileiro só precisou de dois minutos para assinar a segunda grande oportunidade de golo da sua equipa. Edgar Costa leu bem a movimentação de Pinho e desenhou um cruzamento teleguiado para uma cabeçada a preceito. Mas Marco estava atento e protagonizou a sua primeira defesa digna desse nome em toda a partida.

O Marítimo libertou-se em parte da apatia que vinha caracterizando o seu jogo ofensivo, chegando mais vezes à área de Marco. Mas sem grande discernimento na hora de concretizar.

O Santa Clara recuou em excesso nos últimos minutos, e isso veio a revelar-se fatal. Aos 90+5’, já depois de Joel ter atirado por cima em plena área e em zona frontal, Patrick levou o braço à bola na grande área, não deixando dúvidas ao árbitro Anzhony Rodrigues quanto à necessidade de marcar grande penalidade.

Sereno, Rodrigo Pinho não perdoou ante Marco e fixou o resultado final que acaba por ser penalizador para a equipa de João Henriques, tendo em conta a forma ambiciosa e destemida como se apresentou em campo.