* Por Tomás Faustino

FIGURA: Fredy

O internacional angolano que o Belenenses foi buscar aos Pescadores da Costa da Caparica ainda com idade infantil (tem 16 épocas com a Cruz de Cristo ao peito, e breves passagens por Angola e Holanda) é o verdadeiro herói que guia a formação de Silas dentro do relvado. O sub-capitão começou solto na frente e, na fase mais difícil da equipa, nunca virou a cara à luta: guerreiro, foi dando o exemplo aos colegas. Inteligente a controlar os ritmos de jogo, com constantes acelerações e travagens, foi sempre um foco de instabilidade para a equipa adversária. E, como todos os verdadeiros líderes, deu a estocada fatal no oponente, recuperando a bola na área adversária, fazendo ‘gato-sapato’ de Rosic, e oferecendo o golo - que ajuda esta caminhada a se poder tornar numa verdadeira epopeia - a Licá.

O MOMENTO: golo de Licá num jogo imprevisível

Mais Nacional na primeira parte, mais Belenenses na segunda. Mas as melhores oportunidades a pender para os alvinegros, ainda assim. Havia, por isso, uma grande expectativa na bancada e sentia-se que o golo acabaria por surgir. Rosic facilitou na abordagem defensiva, pareceu até querer sair a jogar em vez de ‘limpar’ o perigo e Fredy não se fez rogado: baralhou as voltas ao central e cruzou atrasado para o golo de Licá. A partir daí, o Nacional reagiu, mas ficava a sensação que o desfecho dificilmente se alteraria, o que se confirmou.

Outros destaques:

Licá: A exemplo de Fredy, este ano deixou de jogar na linha para jogar mais solto na frente, como falso ponta-de-lança. Alto, rápido e com facilidade de remate, o jogador que já passou pelo FC Porto foi o belenense que criou mais perigo e fez por justificar o golo que trouxe os três pontos à sua equipa.

Muriel: Se é verdade que Fredy e Licá se destacaram lá na frente, também não é mentira que na retaguarda houve quem não se deixasse cair, por mais pancada que levasse. Muriel, pois claro. Brilhante a desviar para o poste remate de Camacho, aos 23’, magnífica estirada a tiro de Palocevic aos 58’, e logo de seguida rápido a fazer a mancha a remate de Gorré, de ângulo apertado. Nos períodos de maior ímpeto madeirense, foi o brasileiro quem segurou a sua equipa no jogo.

Camacho: Foi a principal arma do Nacional no jogo de hoje. Rapidíssimo, usou da sua velocidade para criar constantes desequilíbrios no último terço adversário. Podia ter marcado aos 23’, mas Muriel teve intervenção decisiva. Aos 56’, acreditou quando mais ninguém acreditava, apanhou a bola junto à linha e ofereceu o golo a Rochez, mas o hondurenho desviou para o poste.

Palocevic: Boa exibição do sérvio, dotado tecnicamente e possuidor de uma visão de jogo acima da média. Foi um dos responsáveis pela boa primeira parte do Nacional e um dos que mais procurou o caminho das redes adversárias. Na retina, ficou o remate do meio da rua, aos 58’, para a tal estirada de Muriel.