Marco Ferreira acaba de anunciar o final da carreira como árbitro de futebol. O juíz madeirense publicou uma longa mensagem nas redes sociais a divulgar a sua posição, agradecendo o apoio que recebeu e criticando quem o levou a seguir este caminho.

Entre duras críticas ao «sistema», Marco Ferreira promete estar «na linha da frente» para mudar o estado de coisa, considerando que levou «um cartão vermelho por ter carácter.»

Eis a mensagem completa:

«Termina hoje a minha carreira de Árbitro, agradeço a todos as sentidas mensagens que recebi, foram muitos os amigos que quiseram deixar uma palavra de amizade, gente do futebol, da sociedade em geral desde a politica até aos desconhecidos, a todos o meu muito obrigado...

Dediquei 20 anos a esta nobre causa, sendo 9 deles no futebol profissional, abdiquei da minha profissão de 12 anos na Banca, dos meus amigos e até da minha familia quando o dever chamava por mim, todas as minhas ausências eram compreendidas por quem gosta realmente de mim.

Não me arrependo de nada, de nenhuma palavra que disse contra o "SISTEMA" enraizado.

Saio neste momento não por deixar de gostar de arbitragem, muito pelo contrário, saio para poder ganhar a minha liberdade de expressão e acabar com as pessoas que destruíram e continuam a destruir anos e anos de conquistas que a arbitragem portuguesa alcançou. Tantas injustiças ao longo destes anos e não entendo como continuam a prestar vassalagem a incompetentes, todos se queixam mas infelizmente só o fazem no silêncio.

O 25 Abril deu-nos liberdade, está na altura de perderem o medo, de levantar a cabeça e enfrentar as pessoas de frente, unidos venceremos e podem ter uma certeza, estarei na linha da frente como sempre estive nos momentos e nos sitios certos e se optarem uma vez mais em serem submissos façam-no de forma a que todos os dias consigam se olhar ao espelho e questionem, tenho orgulho em mim? Sou um bom exemplo para os meus filhos? Se a resposta for "sim" continuem que um dia os vossos filhos vão demonstar que estavam errados...

Não saio por querer, levei um "cartão vermelho" por ter carácter, por ser sério e por não pactuar com injustiças, talvez estas infracções estejam este ano nas alterações às leis de jogo. Estudem bem para não seguirem o meu exemplo... bem hajam...»