Num dia em que o sol voltou a brilhar de forma intensa no Algarve o Portimonense alargou o sorriso com uma vitória sobre o Gil Vicente que lhe permite ganhar fôlego na fuga aos últimos lugares, deixando, por outro lado, os minhotos numa situação mais apertada. Depois dos bons sinais dados em Paços de Ferreira (0-0), na última ronda, a equipa de Paulo Sérgio voltou às vitórias depois de uma série de quatro rondas em que somou dois empates e duas derrotas.

O jogo não podia ter começado melhor para os algarvios. Canto da direita marcado por Salmani e cabeçada de Maurício junto ao primeiro poste quando estava a começar o segundo minuto do jogo. Uma entrada em grande para os algarvios que provocou uma reação imediata dos minhotos e abriu espaço para um jogo animado, de parada e resposta, com dois japoneses em plano de destaque. De um lado Anzai, a dar largura ao ataque do Portimonense, subindo muitas vezes pelo flanco. Do outro Fujimoto que parece ter ganho moral depois do golo marcado ao Sporting, muito solto e disponível no lado direito do ataque do Gil.

O Gil Vicente procurava trabalhar o jogo, para chegar à área do Portimonense e tentar servir Samuel Lino, enquanto o Portimonense optava muitas vezes por lançamentos em profundidade, à procura das subidas de Moufi e Aylton Boa Morte. O Gil Vicente, sem fazer muito por isso, viu o empate cair-lhe do céu. Numa bola alta, Maurício parecia ter o lance controlado, mas, talvez ofuscado pelo sol, deixou a bola escorregar da cabeça para o braço. Havia dúvidas no lance, mas o ar comprometido do central acabaria por confirmar o veredito do VAR. Artur Soares Dias apontou para marca dos onze metros e Samuel [Lino] bateu Samuel [Portugal].

Estava feito o empate, mas o jogo continuava animado e, logo a seguir, o Portimonense recuperou a vantagem. Mais um lançamento em profundidade de Maurício, recolhido por Moufi que serviu Aylton Boa Morte. O avançado fez um compasso de espera, tirou um adversário da frente e passou atrasado para o remate imparável de Salmani. Num ápice, os algarvios recuperavam a vantagem inicial e, até ao intervalo, podiam ter aumentado a diferença. Primeiro num novo remate de Salmani, pouco depois num lance individual de Moufi que entrou em drible na área e rematou ao poste.

Ricardo Soares reformulou o onze para a segunda parte, prescindindo de Talocha e João Afonso para lançar Henrique Gomes e Lucas Mineiro. Alterações que procuravam corrigir as dificuldades dos minhotos em controlar as bolas longas dos algarvios. Por um lado, o Gil Vicente pareceu mais equilibrado em termos defensivos, mas por outro, era evidente que estava a perder capacidade para incomodar os algarvios no ataque. Pelo contrário, a equipa de Paulo Sérgio entrou muito confortável na segunda parte, a controlar o jogo com bola, fazendo rolar o esférico, desgastando o adversário e mantendo a bola bem longe da área de Samuel.

O Gil Vicente não conseguia desenhar um lance de ataque, mas a margem mínima deixava tudo em aberto até que Aylton Boa Morte, em grande momento de forma, acabou com as dúvidas que restavam. Na sequência de um canto da direita, o avançado recebeu a bola na quina da área, puxou para dentro e atirou a contar com o pé esquerdo. Um golo de belo efeito que acabava com as últimas pretensões dos visitantes.

Mas num dia de autêntico verão, o Portimonense ainda tinha mais para dar e Dener ainda foi a tempo de lançar Beto para o quarto golo. O avançado, que tinha saltado do banco, sentou primeiro Ygor Nogueira no relvado, depois rematou cruzado, sem hipóteses para o guarda-redes do Gil Vicente.

Um dia de verão feliz para os algarvios que dão um salto até ao 11.º lugar da classificação, deixando o adversário cinco degraus mais abaixo, apesar da diferença ser apenas de três pontos.