Com a possibilidade de se aproximar do FC Porto na tabela classificativa, o Sporting de Braga chegou aos Açores com vontade de dominar a partida desde o início. A equipa de Carvalhal, no seu estilo próprio, assumiu a posse de bola, perante um Santa Clara que procurava tapar os espaços para dificultar a ofensiva do adversário.

Para os açorianos, o Sp. Braga até podia ficar dono da bola, desde que a mantivesse longe da baliza de Marco. Mas os minhotos foram progressivamente aproximando-se da baliza contrária e iriam colher os frutos disso.

Aos 10 minutos, depois de um canto, Borja aproveitou a bola a pingar à entrada da área e disparou um remate fortíssimo que só acabou no fundo das redes de Marco. Um golaço de pé esquerdo! E 1-0 para o Sp. Braga.

O jogo jogo tornou-se de feição para a equipa de Carlos Carvalhal. O Sp. Braga trocava a bola a seu bel-prazer, sem imprimir muita intensidade, mas a controlar as instâncias do encontro. Por outro lado, o Santa Clara, pouco agressivo, tinha dificuldades em sair a jogar fruto da pressão alta do conjunto bracarense. Os açorianos, sem rasgo, pareciam conformados com o resultado.

Quando o conjunto de Daniel Ramos tinha a bola, os arsenalistas preenchiam o campo e subiam a linha defensiva até ao meio campo. Ao longo de todo o primeiro tempo, os açorianos tiveram muitas dificuldades em chegar à baliza contrária e Matheus nunca foi realmente posto à prova.

Aos 42 minutos, o lance de maior perigo criado pelo Santa Clara – por bola parada. Um livre colado à ala direita, Lincoln cruzou puxado à baliza e obrigou o guardião bracarense a um alívio atento.

Aliás, a reta final da primeira parte foi o melhor período do conjunto açoriano, que finalmente ganhou vivacidade e instalou-se no meio campo contrário. Contudo, sem nunca criar oportunidades de golo, devido à defesa do Sp. Braga que, solidária, foi sempre aliviando as investidas açorianas.

A falta de intensidade do primeiro tempo parecia ter sido ultrapassada nos instantes iniciais da segunda parte. Aos 48 minutos, Carlos Júnior tentou surpreender Matheus com um remate do meio da rua e na resposta Horta podia ter ampliado a vantagem para o Sp. Braga, mas o remate saiu fraco. 

Mas o jogo voltou a ficar morno. Com o desenrolar do segundo tempo, o Santa Clara apareceu com outra disposição e assumiu a posse de bola. O Braga facilitou e começou a ressentir-se do elevado número de jogos em pouco tempo. Os açorianos aproveitaram e instalaram-se perto da baliza de Matheus, obrigando a defesa minhota a trabalhos reforçados.

O Sp. Braga, mais apático, parecia já não ter forças para assegurar as rédeas do encontro. Aos 62 minutos, em novo livre, Lincoln obrigou Matheus a uma defesa crucial – o lance simboliza o calcanhar de Aquiles da equipa açoriana, que continuava com dificuldades em criar lances de perigo a não ser de bola parada.

Carvalhal, vendo as dificuldades a crescer, mexeu na equipa aos 67 e meteu de uma assentada Gaitán, Piazon e Soprar e a equipa ficou mais equilibrada. O jogo ficou repartido e o Braga conseguiu voltar a organizar-se no terreno para dificultar as investidas açorianas.

Contudo, a equipa minhota já só estava interessada em segurar a vantagem tangencial nos Açores. E conseguiu, em esforço, perante o Santa Clara que ainda tentou ameaçar as redes contrárias na reta final, mas que demonstrou sempre falta de critério no último passe.