Foi uma vitória à pele, no último rugido de um leão dominador até ao 1-1, mas anestesiado com o choque do empate sem contar.

Há um princípio no futebol que nunca devemos esquecer: é sempre possível que apareça uma surpresa.
 
Por muito que situações se repitam, a verdade é que equipas experientes e cotadas permitem que elas continuem a acontecer. Foi assim, por exemplo, há dias na Supertaça Europeia (o Barcelona, a ganhar 4-1, permitiu que o Sevilha chegasse ao 4-4); voltou a ser assim, esta noite, em Aveiro, no arranque do campeonato.
 
O Sporting estava a jogar bem, dominava, tinha chegado ao golo cedo (15 minutos). Mesmo com um resultado tangencial, 0-1, parecia ter as coisas controladas. E mais do que parecer, o Sporting dava mostras de se sentir assim: a dominar o jogo a seu belo prazer.
 
O segundo golo, de resto, surgia no horizonte: Slimani muito perto de marcar, por duas vezes, nos minutos anteriores ao tento do Tondela.
 
E lá apareceu, como que do nada, o 1-1, em lance esquisito, de forma alguma revelador do que estava a ser o jogo até aí. Mas lá está: apareceu e é isso que conta.
 
Ainda havia meia hora de jogo, tempo suficiente para um Sporting claramente superior ao Tondela poder corrigir e ainda vencer o jogo.
 
Mas o leão, que até ao 1-1 se mostrava seguro e personalizado, com dinâmicas já muito bem oleadas para fase tão precoce da época, demorou a retaliar. Por minutos, pareceu até anestesiado com o choque do golo inesperadamente sofrido.

O leão parecia dominador mas acabou anestesiado e, como consequência, podia ter terminado a primeira jornada com um empate talvez injusto. Valeu o sangue frio de Adrien, a cobrar o penálti.
 
VEJA O AO MINUTO DO JOGO
  
Mas voltemos ao início: belo cartaz para arranque de campeonato, um duelo entre estreante do Interior, a jogar em casa emprestada, e um Sporting em alta, energizado pelo «fator Jesus» e pela vitória na Supertaça sobre o eterno rival.
 
O favoritismo do leão era evidente, mas Vítor Paneira bem que tinha avisado: o Tondela até via o Sporting como principal candidato ao título, mas para este jogo esperava um de dois resultados – ganhar ou empatar.
 
Bluff? Talvez.
 
A questão é que se viu em campo um Tondela limitado, é certo, mas no limite do pragmatismo. Não terá feito muito para merecer o empate. Mas a partir do momento em que percebeu que ele estava ao seu alcance, não mais largou a hipótese de o agarrar. Só não sobreviveu ao penálti bem no fim dos descontos.

Sporting jogou mais 

Não caiamos, no entanto, em análise excessivamente «resultadista» deste jogo e sejamos claros na sentença: o Sporting jogou muito mais e mereceu os três pontos. Mas caiu na tal armadilha do controlo: e quando se viu na necessidade de retomar um plano agressivo viu o tempo fugir-lhe para o final da contenda. 

Ainda a tempo, no entanto, do 1-2, que é justo.
 
VEJA O AO MINUTO DO JOGO

Não foi um super Sporting, mas foi um leão suficiente para merecer ganhar este jogo, sim. 

No entanto, as previsões sobre um Sporting arrasador com Jorge Jesus ter-se-ão revelado manifestamente exageradas.

Há que esperar por próximos capítulos.