Depois de ter recuperado de uma desvantagem de dois golos na receção ao Sp. Braga, o Sporting parecia ter voltado a renascer das cinzas contra o Tondela e estar destinado a mais um final feliz. O leão resistiu a uma entrada a… carvão, à expulsão de Patrício à meia hora de jogo e à desvantagem de um golo com que que recolheu aos balneários ao intervalo.

No regresso, deu a volta em 15 minutos, mas acabou surpreendido pelo recém-entrado Chamorro, que roubou dois pontos a um líder que mostrou, pelo segundo jogo consecutivo, uma tendência masoquista. E desta vez a dobrar!

Filme e ficha de jogo

O Sporting segue na frente da Liga, mas deixou sinais preocupantes numa noite em que o tropeção não pode ser explicado apenas pelo facto de ter jogado uma hora em inferioridade numérica.

Com processos lentos e muitos passes errados principalmente nos primeiros 20 minutos de jogo, a equipa de Jorge Jesus sentiu muitas dificuldades para criar desequilíbrios.

Bem organizado num 4x2x3x1, o Tondela conseguiu disfarçar durante quase toda a primeira parte as debilidades próprias de uma equipa situada na cauda da classificação e (teoricamente) uma agudizadas perante as muitas baixa para o jogo desta noite: entre lesões e castigos e decisões técnicas, foram seis as mudanças de Petit em relação à última jornada, com a Académica em Coimbra.

Certo é que o «lanterna vermelha» entrou bem em Alvalade. Compactos defensivamente e afoitos nas saídas para o ataque, apanhou o leão na curva à passagem da meia hora de jogo, quando Nathan fugiu nas costas dos centrais e acabou derrubado por Patrício.

Se o guarda-redes do Sporting ainda toca na bola, também é verdade que derrubou o avançado do Tondela. Penálti ajustado, vermelho talvez exagerado. Chamado a bater, já com Marcelo Boeck na baliza (entrou para o lugar de Bruno César), o mesmo Nathan adiantou o Tondela no marcador.

Sporting-Tondela, 2-2 (destaques): Oto'o Zue e tantos nomes numa noite em que o último fez frente ao líder

Mesmo com dez, a equipa de Jorge Jesus crescia no jogo, acordada pelo choque elétrico do golo dos visitantes e, ainda antes do intervalo, William e Slimani desperdiçaram oportunidades.

Leão a rugir alto no regresso

No regresso dos balneários, Jesus lançou Gelson para o lugar de William Carvalho. Certo é que o menino trouxe o aditivo necessário àquilo que faltara ao Sporting durante quase toda a primeira parte. E notou-se logo. Aos 54’, Slimani fez o empate a passe de João Mário e ao 60’ o «menino» Gelson consumou a cambalhota no marcador. Pelo meio, um remate de Ruiz cortado em cima da linha por Tikito num lance em que o árbitro ainda chegou a apontar, erradamente, para a marca dos onze metros antes da correção.



O leão lambeu as feridas num quarto de hora, mas o boost não deu para mais. Não deu para matar o jogo, mas parecia chegar. E era satisfatório, pudera (!) depois de tudo o que aconteceu naquele minuto 31.

O leão parecia destinado a novo final feliz depois de nova passagem pelas trevas, mas aos 85 minutos Salva Chamorro fugiu à marcação da defesa leonina e fez o empate para o «lanterna vermelha» na primeira intervenção em campo.

Empate comprometedor do Sporting em casa, que pode deixar os adversários mais perto após esta jornada. O leão foi masoquista pelo segundo jogo consecutivo, mas desta vez sem happy ending.

Algum dia teria de acontecer.