Estar em último nunca é fácil e a gestão desse sentimento piora à medida que a época avança.
 
Depois do triunfo do Gil sobre o Paços, o Penafiel sabia que só um triunfo diante do Marítimo poderia afastar a noção de urgência pontual, pelo menos por uma jornada.
 
Mas a verdade é que a equipa de Rui Quinta teve quase tudo para ser feliz: marcou muito cedo, chegou aos 2-0 ainda antes dos 20.
 
Desta vez, não foi por falta de sorte, nem por falta de oportunidades que o Penafiel perdeu: foi, sobretudo, por acusar em demasia a obrigação de pontuar. Falta de discernimento de Tiago Valente no lance do penálti (2-1); falhas defensivas gravas nos dois golos de rajada no início do segundo tempo. Comprometedor.

Aproveitou o Marítimo, que apesar de ter começado mal a partida, não se deu por vencido com os 2-0 aos 19.

Foi crucial aquele 2-1 de penálti para encetar a recuperação ainda antes do intervalo (Xavier gélido na conversão), foi certeira a entrada de Marega, que alterou por completo a cara do encontro, na segunda parte.

Guedes, ao fazer o 3-4 mesmo no fim, mostrou que boa parte da explicação desta derrota do Penafiel teve a ver com ansiedade. E boa parte do sucesso madeirense passou pela eficácia de Marega.
 
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O Penafiel começou o jogo a vencer. Passava apenas o minuto três quando Rabiola desvia para golo o cabeceamento de Ferreira, após canto.

Animado, o Penafiel chegou ao segundo, aos 19, com assistência de Rabiol para golo de André Fontes.

O Marítimo demorava a aparecer no jogo, mas acabou por renascer com o penálti. Logo a seguir ao 2-1, Xavier só não fez o 2-2 (estava isolado) porque Haghighi saiu forte e corajoso, a cortar no último momento.

O intervalo chegou com 2-1, mas já se sentia que o Penafiel dificilmente aguentaria a vantagem no segundo tempo.

Marega revoluciona o duelo

E apareceu então Marega: o congolês, nascido em França, tornou-se no ás de trunfo deste encontro: o 2-2, assinado por Ebinho, nasceu da fantástica desmarcação do «32» maritimista; o 2-3, rubricado por Raul Silva, também teve forte contribuição do reforço proveniente do Esperança de Tunis.

Marega foi o responsável pela viragem do resultado e viria a selá-lo, num lance de pujança e rapidez, com remate potente, para o 2-4. O homem do jogo, sem dúvida.

O Marítimo até podia ter chegado ao 2-5, de novo por Marega (que jogo!!). O Penafiel, a fazer lembrar o que aconteceu na última meia hora com o Sp. Braga (derrota 1-6) desacreditou. Mas não até ao fim.

Primeiro foi o remate à trave de Rabiola, quase nos 90. Depois, o golo do recém-entrado Guedes: 3-4!

Vida muito complicada para Rui Quinta, é claro. A contestação de parte dos adeptos passou a ser mais intensa, depois desta derrota.