Três meses e meio depois, continua a seca do Rio Ave em casa. Esta noite, houve muito caudal ofensivo, mas a corrente forte não chegou para evitar o triunfo açoriano, por 2-1.

Aí vão oito jornadas sem vencer nos Arcos. Desta vez, aproveitou o Santa Clara, que longe de casa também tem sido mais produtivo e aproveitou para voltar à primeira metade da tabela, ainda que provisoriamente, agora a um ponto dos rioavistas.

Na partida de abertura da 22.ª jornada, o Rio Ave jogou, mas vence quem marca: um Santa Clara com tanto de cauteloso como de eficaz, que aproveitou os erros defensivos da equipa da casa.

Nélson Monte fica mal na fotografia nos dois lances que originaram os golos açorianos: no primeiro, derruba Pineda, quando este estava de frente para a linha lateral, originando o livre com que Fábio Cardoso de cabeça (27’) abriu o marcador. No segundo, erra na saída de bola, originando uma transição rápida do Santa Clara, que acaba com Francisco Ramos e Schettine (64’) a dispararem na cara de Léo Jardim.

Rio Ave- Santa Clara, 1-2: ficha e jogo ao minuto

Entre os golos do Santa Clara, jogou o Rio Ave.

A equipa de Daniel Ramos teve claro domínio em largos períodos de jogo, que só não se traduziu no resultado. O Rio Ave teve o dobro da posse de bola (67%-33%), quase o dobro dos remates (15-7) e todos os cantos do jogo (7-0)… Mas desvantagem no essencial. Só Rúben Semedo, que apareceu solto em cima do intervalo a cabecear para o fundo da baliza (45’), furou a barreira insular.

Rúben, que ao segundo jogo se revela como o esteio pelo qual o eixo defensivo do Rio Ave desesperava, voltou a marcar um golo cinco anos depois – o último havia sido pelo Sporting B, em janeiro de 2014.

Rio Ave-Santa Clara, 1-2: destaques do jogo

Outra curiosidade: no meio-campo, Daniel Ramos fez alinhar Filipe Augusto, Tarantini e Diego Lopes, um trio que chegou a jogar junto há cinco épocas (!), nos tempos em que Nuno Espírito Santo orientava a equipa vilacondense.

Parece mais estável defensivamente este Rio Ave. Lá na frente, nota-se a falta que faz Carlos Vinícius (que saiu para o Mónaco), apesar da combatividade de Bruno Moreira.

Do lado contrário, o Santa Clara revelou-se mais frio. E acabou por ser mais feliz.

Schettine marcou e quase meia-hora de sofrimento lá atrás acabou por compensar a equioa de João Henriques, que depois de cinco derrotas e um empate nas últimas sete jornadas, voltou a vencer.

O Santa Clara volta a São Miguel com um triunfo nos Arcos quase caído do céu.