Por: Rui Pedro Paiva

O Santa Clara venceu hoje o Tondela por um golo de João Afonso, nos Açores. Vitória tangencial num jogo onde os açorianos foram quase superiores à equipa de Natxo González.

Os açorianos fizeram história ao conseguir a quarta vitória consecutiva na primeira liga, um feito único na história do clube. O Tondela, que procurava regressar aos triunfos fora de casa (quando é mais mortífero) depois de na última jornada ter empatado com o Marítimo, fez demasiado pouco para sair com pontos.

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Primeira parte de sentido único. O Santa Clara, a jogar em casa, assumiu a despesa do jogo, controlou a posse de bola e teve a iniciativa de jogo. O Tondela, recuado, muitas vezes atrás da linha de meio campo, procurou controlar a profundidade e manter o rigor defensivo. A equipa de Natxo González apenas se preocupava em atacar quando vislumbrava uma oportunidade de sair em contra-ataque quando o Santa Clara se descompensava.

Os açorianos, pacientes a trocar a bola, apenas conseguiam encontrar uma brecha na defesa do Tondela através de mudanças de flanco rápidas ou de bolas longas para as costas da defesa. O domínio do Santa Clara conseguiu penetrar a muralha do Tondela por duas vezes. Primeiro, aos 11 minutos, Santana conseguiu ultrapassar os centrais e isolado rematou para a defesa na mancha de Cláudio Ramos, completada com o alívio dos defesas tondalenses. Aos 20 minutos, foi Zaidu que recebeu uma bola longa de Lincoln, ganhou posição, isolou-se, mas o remate foi defendido pela saída rápida do guardião do Tondela.

Entre esses dois lances, outra oportunidade para os açorianos, na sequência de um lance de bola parada aos 15 minutos. Canto batido, a bola sobra para a entrada da área, Francisco Ramos remata colocado e a bola passou a centímetros do poste esquerdo de Cláudio Ramos.

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Na reta final da primeira parte, o Tondela conseguiu subir um pouco no terreno e equilibrar a posse de bola, mas o Santa Clara foi sempre a equipa mais perigosa. Aos 43’, aproveitando uma perda de bola numa das raras vezes que o Tondela tentou construir a partir de trás, Zaidu correu pela ala esquerda, rematou (ou será que cruzou?) e só uma grande estirada de Cláudio Ramos evitou o golo. Ao intervalo, nulo no marcador.

Na segunda parte, jogo mais repartido, com ambas as equipas a lutarem pelo domínio da posse de bola. O jogo tornou-se ‘mastigado’ a meio campo e com poucas ocasiões de perigo. Apesar disso, eram os açorianos que mais perto conseguiam chegar da baliza adversária, mas o último passe da equipa João Henriques mostrou-se desafinado.

A certa altura da segunda parte, deu a sensação de ambas as equipas, que estão confortáveis na tabela classificativa, estavam satisfeitas com empate. O Tondela manteve o bloco muito junto, o que dificultou as ambições ofensivas do Santa Clara. Na tentativa de criar perigo, os açorianos apostavam nos flancos e nos cruzamentos a rasgar o centro de jogo, mas, apesar de alguns avisos, Cláudio Ramos não viu a sua baliza verdadeiramente ameaçada.

Para desbloquear o jogo e para se ver o primeiro golo do jogo foi preciso um lance de bola parada aos 73 minutos. Canto de Lincoln, cabeceamento no meio da confusão, a bola sobrou para João Afonso que com dois toques introduziu a bola no fundo das redes de Cláudio Ramos. Não foi um lance com nota artística (como diria JJ) mas serviu para inaugurar e atribuir justiça ao marcador.

Mas o feitiço quase se iria virar contra o feiticeiro aos 82 minutos. Após um canto, Filipe Sampaio cabeceou muito perto da barra de Marco, naquela que foi a primeira oportunidade de golo dos forasteiros no encontro. A ver-se a perder, o Tondela procurou chegar mais perto da baliza açoriana, mas foi o Santa Clara que podia ter marcado. Aos 87’, após um lançamento longo, Fábio Cardoso acertou na barra e na recarga Carlos Júnior atirou ao lado. Com mais espaço, o Santa Clara esteve mais perto do segundo do que o Tondela do primeiro, mas nem Cryzan, nem Francisco Ramos acertaram com as redes adversárias.