Treinador novo, vida nova? Foi com este espírito que os cerca de três milhares de adeptos flavienses se deslocaram ao Municipal Eng.º Branco Teixeira, para poderem desfrutar de uma boa partida de futebol e, mais do que isso, para presenciarem a sua equipa (finalmente!) a conquistar os três pontos em disputa.

Era, por todas as razões, um jogo aguardado com enorme expetativa, dentro e fora das quatro linhas. Até para o jovem e promissor Tiago Fernandes que, num ápice, se viu de malas aviadas desde a capital para rumar a Trás os Montes, para salvar o que resta do campeonato e poder conseguir resgatar a equipa flaviense da cauda da tabela. Transporta consigo uma enorme bagagem de esperança, este treinador que se viu durante uns dias a fazer as manchetes dos principais periódicos, ao assumir (de forma muito positiva, sublinhe-se) interinamente por três jogos a equipa principal do Sporting.

Em face destes ingredientes que rodearam este encontro será de admitir toda esta ansiedade, até porque a equipa flaviense registava até este jogo um invulgar score de seis derrotas seguidas, percurso apenas igualado pelo Marítimo, na presente temporada.

Urgia, assim, dar um safanão na crise, propalavam insistentemente os adeptos, habituados a ver a sua equipa em lugares mais cimeiros, sempre muito próximos dos lugares europeus, mas assim não aconteceu.

Na verdade, a equipa flaviense saiu mais uma vez derrotada, em sua casa, frente aos seus adeptos, sendo já sete as derrotas seguidas.

Maus ventos continuam a soprar na capital do Alto Tâmega!

Quanto ao jogo, diga-se, esta foi uma das piores exibições dos transmontanos. A equipa entrou em campo algo apática. O seu jogo, lento, ia permitindo algum ascendente ao adversário que, no entanto, também não quis arriscar muito, antes aguentar as poucas intenções ofensivas dos locais.

Face à apatia verificada, não estranhou que ambos os guarda-redes tivessem pouco trabalho nos minutos iniciais. Mesmo assim, foi o Desp. Chaves a provocar a primeira grande emoção do encontro, quando, numa investida ofensiva, Niltinho foi derrubado na área de rigor, com o árbitro da partida prontamente a assinalar grande penalidade. Parecia começar aqui a esperança do Desp. Chaves, mas o azar bateu à porta do executante, neste caso Bressan, cujo remate bateu no poste.

Parecia que os deuses tinham abandonado, de facto, os flavienses, pois desde aí a equipa, já de si debilitada na exibição, nunca mais foi a mesma, permitindo que o adversário ganhasse confiança e fosse tomando conta do jogo, o que de resto veio a acontecer.

O período complementar apareceu cheio de esperança para que os locais pudessem tomar conta do jogo, mas isso não se verificou. O povo assistente viu, sim, um Moreirense a tomar conta das operações, a adiantar-se com perigo de forma insistente junto da área flaviense, não estranhando que aos 51 minutos Chiquinho batesse pela primeira vez o guardião flaviense, golo, no entanto, anulado por ação do VAR.

Se este episódio serviu de alívio para os flavienses, com a esperança renascida, isto foi sol de pouca dura, pois de seguida, aos 60 minutos, Loum, com um remate certeiro, a cruzamento de Chiquinho, inaugurou mesmo o marcador. Ora este golo foi mesmo um balde de água fria, na já fria tarde transmontana, pois caíam por terra as reais intenções dos flavienses de conseguirem a almejada vitória após as tais seis derrotas seguidas.

Isso não veio a acontecer e, aos 75 minutos, João Aurélio sentenciou mesmo a partida. Ainda reagiu o Desp. Chaves e aos 77 minutos, Niltinho ainda devolveu a esperança à sua equipa, parecendo que seria possível algo épico, mas do outro lado a bem escalonada defensiva do Moreirense anulou todas as reais intenções dos flavienses que, assim, saem vergados a mais uma derrota (a sétima consecutiva), com a manutenção do último lugar na tabela classificativa.