O Belenenses entrou em 2015 da mesma forma como se tinha despedido de 2014, com um empate sem golos, desta feita, diante de uma Académica que até contou com as melhores oportunidades de um jogo que deixou muito a desejar. Um jogo que deixou a nu as insuficiências das duas formações, com a equipa do Restelo a gritar em plenos pulmões pela rápida inscrição de Carlos Martins.

Confira a FICHA DO JOGO

O jogo começou com o campo claramente inclinado para a baliza de Lee Winston, com o Belenenses a descer com facilidade para o ataque e a Académica a sair com muita dificuldade da sua defesa. Uma inclinação em sentido figurado, claro está, mas que se fazia notar acima de tudo pela diferença de ritmo que as duas equipas impunham ao jogo. Os azuis jogavam em velocidade, ao primeiro toque, com Sturgeon muito dinâmico na zona central a fazer a ligação com as alas onde mandavam Fábio Nunes e Miguel Rosa no apoio direto a Deyverson. Um trio que desde cedo começou a provocar estragos na organização da defesa dos estudantes, mas sem conseguir incomodar o novo titular da baliza dos visitantes.

A Académica apresentou uma formação bem mais geométrica, com duas linhas bem definidas no terreno, com Fernando Alexandre entalado entre elas e apenas Schumacher mais adiantado. A pressão do Belenenses obrigou a que as duas linhas se aproximassem junto à área de Lee e quando os estudantes recuperavam a bola, Schumacher estava sempre demasiado longe para tentarem surpreender a equipa da casa. As oportunidades sucederam-se junto à baliza da Académica, quase sempre em lances de bola parada (cinco cantos e três livres nos primeiros vinte minutos), mas com pouca acerto na hora da finalização.

A equipa de Coimbra ia procurando responder, a espaços, com pouca gente e sempre com um ritmo baixo, mas ainda assim, contou com a melhor oportunidade da primeira parte, com Oualembo a destacar Schumacher que, já na área, atirou na passada para defesa apertada de Matt Jones. Mais. Este foi o terceiro remate dos estudantes na primeira meia-hora, numa altura em que a equipa do Restelo, como mais volume de jogo, ainda não tinha conseguido um. Foram precisos 37 minutos para o primeiro e único remate do Belém na primeira parte, em mais um lance de bola parada, com Miguel Rosa, num livre direto, a atirar ao lado [antes disso apenas um remate de Deyverson contra um adversário].

Não podia ser pior, mas foi...

A Académica acabou por sacudir a pressão, mas o jogo tornou-se mais feio, com muitos choques na zona central do terreno e nem um único remate nos últimos quinze minutos até ao intervalo. Paulo Sérgio abdicou de Ofori, já amarelado, para lançar Aníbal Capela para o eixo da defesa, desviando Ricardo Nascimento para a lateral, mas pouco mudou em campo. Os primeiros quinze minutos foram ainda mais feios dos que os últimos quinze da primeira parte, com mais faltas e com mais amarelos, com João Capela sem cerimónia a ir ao bolso.

O Belenenses já não tinha a frescura que exibiu nos primeiros instantes e, além disso, a Académica continuava a conquistar, centímetro a centímetro, terreno, defendendo agora bem mais longe da baliza de Lee. A melhor oportunidade voltou a pertencer à Académica num lance caricato. Sturgeon ficou lesionado numa bola dividida, numa altura em que o Belenenses saía para o ataque. A Académica recuperou a bola e, ainda com Sturgeon no chão, seguiu o jogo, com Salli a fugir nas costas de João Afonso e a entrar na área destacado para depois permitir a defesa de Matt Jones.

O Belenenses respondia logo a seguir, com Miguel Rosa a rematar de primeira depois de um alívio incompleto de Aníbal Capela. Os adeptos despertavam nas bancadas e o jogo voltava a ter interesse para os últimos dez minutos. Vidigal ainda lançou Tiago Silva e Tiago Caeiro para os últimos instantes e o avançado esteve muito perto de marcar, com Lee a responder com uma defesa a dois tempo com as bancadas do Restelo em suspenso.

A verdade é que este jogo não merecia golos. O Belenenses podia ficar a apenas três pontos do terceiro lugar e entrar na luta pela Europa, mas a verdade é que a equipa de Vidigal já não vence há cinco jogos para o campeonato e precisa urgentemente de reforços. As contas da Académica, apesar do objetivo ser o mesmo, são bem diferentes e o empate desta noite, o terceiro consecutivo, até acaba por ser positivo.