A FIGURA:  Na na na na na na na na na na, Bas Dost

Não fez um grande jogo, raramente se desmarcou dos centrais, mas nos descontos lá se escondeu ao segundo poste e aproveitou a desconcentração de Mica Pinto para fazer o único golo da partida e evitar o Sporting de ficar ainda mais longe do primeiro lugar.

O MOMENTO: Bas Dost a quebrar o enguiço nos descontos

Aos 67’, Gonçalo Silva travou Joel Campbell bem perto do limite da área e deu origem a um livre muito perigoso. O capitão Adrien assumiu a bola parada, rematou em força para o lado do guarda-redes, mas Joel Pereira fez uma excelente defesa com a ponta dos dedos. Esta ainda foi à barra e passou o perigo.

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Outros destaques:

Gelson: é o que mais desequilibra e tem melhorado cada vez mais o seu jogo interior. Na linha deu cabo da «cabeça» a Florent e criou imenso perigo, sobretudo na primeira parte. Apareceu em zonas centrais, confundiu marcações só que os colegas não ajudaram. Só Adrien segue na mesma toada...Na segunda parte não teve tanta bola.

Joel Campbell: o jogo do Sporting estava tão lento. O costarriquenho entrou e, previsivelmente, os leões melhoraram e tiveram o seu melhor período. Um agitador, um rebelde que Jorge Jesus precisava no seu esquema, talvez mais tempo. Foi dele a assistência para o golo de Bas Dost, tal como no dérbi.

Alan Ruiz: o argentino praticamente só fez uma coisa: rematar e bem! Fê-lo por três vezes com perigo aos 19’, 33’ e 47’, mas pouco mais. Não teve entrosamento com os colegas, pisou quase sempre os terrenos de Bas Dost e lidou mal com as incursões de Bryan Ruiz e Gelson das linhas para o centro. Andava no meio «à pesca» de uma bola para rematar e tudo o que faz, faz de forma lenta. Jesus voltou a apostar nele, mas deu-se mal...

Douglas: o central substituiu Rúben Semedo e não teve muito trabalho, é certo, mas teve lances em que podia fazer melhor, sobretudo evitar fazer faltas quando o avançado, neste caso Camará, ainda está de costas para a baliza e muito longe de terrenos perigosos. Cumpriu.

Jefferson: já teve dias melhores, muito lento muitas vezes a recuar e a dar algum espaço. Não jogava desde a 6ª jornada para a Liga, o que não ajuda ao ritmo. Foi pelo seu lado que o Belenenses mais atacou e tinha pela frente um menino de 19 anos que fazia o seu terceiro jogo na época.

Adrien: não sabe jogar mal, um lutador, o primeiro a querer a bola para acabar com esta «crise» do Sporting. Teve nos pés a melhor ocasião do Sporting num livre, obrigando Joel Pereira à defesa da noite. Ele e Gelson mereciam mais, os outros não seguiram o capitão.

Beto: em estreia em jogos para a Liga pelo Sporting, o guarda-redes teve pouco trabalho, mas o que fez, fez bem e salvou. Brilhante aos 39’ quando evitou o 1-0 de Sturgeon, após um contra-ataque em que a equipa da casa tinha superioridade numérica. Aos 74’ voltou a ser enorme ao evitar de novo o golo a Sturgeon e logo a seguir voltou a dizer ‘não’ a João Diogo.

Joel Pereira: voltou a mostrar que é um talento. Fez a defesa da tarde aos 67’ no livre de Adrien. Na primeira parte já tinha feito duas ou três. Tem que melhorar o jogo dos pés que comprometeu por duas vezes. Sem hipótese no golo.

Yebda: grande jogo do argelino no combate com os médios leoninos. Incansável a roubar bolas, impediu, a par com Vítor Gomes, que o jogo interior do Sporting funcionasse. Ainda deu uma boa ajuda na saída de bola do Belenenses, que procurou quase sempre sair com a bola controlada. Foi até o primeiro a criar perigo do lado dos azuis. Aos 30’ ganhou nas alturas num canto e atirou ao lado. Defensivamente importante nas bolas paradas também, que o diga Douglas quando aos 63’ lhe roubou uma bola redondinha. Pena depois ter ficado sem pernas...saiu exausto aos 84’.

Vítor Gomes: tal como Yebda esteve uma noite muito boa. Peça fundamental da organização azul, um guerreiro a defender e o pêndulo a atacar. Raramente falhou um passe e muitas vezes levou a equipa para a frente. Tal como Yebda começou a acusar cansaço, mas conseguiu até ao fim manter a equipa de Quim Machado equilibrada.

André Sousa: tal como os outros dois do meio-campo foi enorme e lutou, lutou, lutou. Organizou a equipa no ataque, desequilibrou e merecia mais. Foi o melhor dos azuis do restelo.

Gonçalos, Silva e Brandão: primeira parte em que Brandão foi dono e senhor da defesa a cortar inúmeros cruzamentos da direita. Na segunda, o Silva foi o mais decisivo e à memória vem logo aquele corte de carrinho quando Bas Dost seguia isolado. Só nos descontos e já no «chuveirinho» não conseguiram evitar o golo, mas aó foi Mica Pinto que adormeceu.