Arouca e Rio Ave anularam-se numa partida que poderia significar um passo seguro de uma das equipas rumo à Europa. O resultado não é mau para nenhum dos conjuntos, e fá-los sair deste jogo da mesma forma como entraram: de braço dado, numa disputa que, já se percebeu, se vai decidir... ombro a ombro.

Os vila condenses, que vinham de três vitórias consecutivas, fizeram mais na busca pela vitória, mas seriam penalizados pela falta de acerto na hora da decisão. Assim, o melhor que levam de Arouca é a vantagem no confronto direto em caso de igualdade pontual no final da Liga, fruto do triunfo (3-1) alcançado na primeira volta.

Lito Vidigal referira, na antevisão da partida, que o seu Arouca «já se vai pondo de pé». E a verdade é que dificilmente podia ater encontrado uma metáfora maias feliz para descrever uma equipa que, sem correr tanto como outros «meninos» da sala, vai conseguindo deixá-los em sentido. Com a segurança que apresenta, sem tropeções, lá vai chegando tão alto como eles. E «tão alto», neste caso, pode significar uma classificação para a Liga Europa, algo que poucos se atreveriam a antecipar no início do campeonato.

JOGO AO MINUTO

Rio Ave sempre com sinal mais

O conjunto de Pedro Martins entrou na partida com muita atitude, a deixar claro queria mandar no jogo e, por isso, sem medo de assumir as despesas ofensivas desde os primeiros minutos.

Contundo, o Arouca sente-se confortável a defender e nem tentou contrariar a maior posse de bola do adversário, preferindo aguardar por um erro dos rioavistas para explorar saídas em contra-ataque. Só que ter Maurides na frente de ataque é bem diferente de ter o paraguaio Walter, e o brasileiro raramente deu o melhor seguimento às tentativas da formação da casa, matando muitos dos lances em que a sua equipa tentava surpreender.

Ganhando quase todos os lances a meio-campo, o Rio Ave foi chegando muitas vezes à área contrária, quase sempre pelo irrequieto Kuca que procurou muitas vezes lançar Guedes na área, onde o ponta de lança deu muito trabalho aos centrais, ainda que sem conseguir incomodar Cássio.

E a melhor oportunidade dos primeiros 45 minutos seria do Arouca, numa transição rápida conduzida e concluída por Mateus, que obrigou Cássio à intervenção mais difícil da primeira parte, desviando para canto um remate que levava a direção da baliza.

 

Cássio e poste travam caudal rioavista

Na segunda parte, a tendência da partida manteve-se, com um ascendente claro do Rio Ave que, em muitos momentos, conseguiu uma pressão sufocante ao último reduto arouquense.

Sempre com Kuca em destaque – que grande partida realizou - a formação de Vila do Conde foi canalizando jogadas de perigo que acabaram, invariavelmente por perder-se no derradeiro momento.

Foi assim quando Guedes, no coração da área, disparou muito por cima. Repetiu-se quando, já com Postiga em campo, o internacional português se deslumbrou quando só tinha Bracali pela frente e tentou picar a bola, que o brasileiro segurou. E noutras jogadas bem delíneadas que, morreram na segurança do experiente guardião arouquense.

E, quando o destino podia ter sido distinto, num lance em que Bracali nada podia fazer, foi o poste a negar o golo da vitória vila condense. Edimar bateu um livre lateral para a área, Kuca ainda parece tocar na bola que, caprichosamente, foi embater na base do poste direito da baliza de arouquense.

No banco, Pedro Martins bem tentava dar uma dimensão ainda mais ofensiva à sua equipa, mas a o «bebé» Arouca foi teimoso e não largou nunca o ponto que faz a equipa manter o sonho bem aceso.

Assim, duas equipas com maneiras de ser bem diferentes, mas que mostram um carácter bem vincado, continuam o seu percurso que tem tudo para ser de sucesso... a menos que outros meninos venham a dar um pulo muito grande no crescimento e roubem o «brinquedo» que, para já, parece ter dono.