[artigo atualizado com as respostas de John C. Textor ao Maisfutebol]

Depois da direção do Benfica ter manifestado publicamente a intenção de se opor à aquisição de 25 por cento da capital da SAD por parte de John Textor, o empresário norte-americano anunciou que, para já, desistiu do negócio. 

«Claro que estou desanimado por saber, oficialmente, que a direção do Sport Lisboa e Benfica não aprovaria a minha compra de ações ao Sr. Santos. Estou ao mesmo tempo surpreso pelo facto de a minha oferta para financiar as necessidades do clube tenha recebido pouca consideração», pode ler-se em comunicado publicado no seu site pessoal.

Textor diz não «estar surpreendido com a decisão, mas desiludido», acrescentando que esta era «a oportunidade de uma vida». 

«O meu contrato de compra foi devidamente negociado, documentado e divulgado em tempo oportuno. Sou independente da liderança, passada e presente, e acredito que é insensato a direção do clube não aceitar a minha oferta depois dos eventos recentes que não estão relacionados comigo. A liderança é algo solitário e requer coragem nos momentos difíceis. Penso que a decisão de avaliar a minha proposta, mais favorável ​​do que a emissão de títulos proposta, teria sido a escolha mais óbvia», continua.

O norte-americano sublinha que respeita a decisão do Benfica em focar-se nos desafios importantes das próximas semanas e no ato eleitoral que decorrerá até final do ano. Além disso, John Textor assume acreditar que a oposição dos encarnados à venda deve-se ao momento recente. 

«(...) Não deve ser fácil pertencer à direção do Benfica neste período difícil. É lógico que o conselho de administração quer ser cuidadoso, mas acredito que no futuro, a determinada altura, serei recebido por este conselho e por esta equipa de gestão para uma troca de ideias aberta, amigável e saudável», pode ler-se no comunicado.

​John Textor termina o comunicado admitindo que é «com o coração pesado e esperançoso» que deseja o maior sucesso ao Benfica na próxima época e no futuro, e que irá investir no Reino Unido. 

Para além desta reação em comunicado, o empresário também respondeu a algumas questões enviadas pelo Maisfutebol.

Questionado sobre o argumento dado pela direção para vetar a sua entrada na SAD, o de que é uma entidade concorrente, por ter empresas de streaming e estar em vias de investir num emblema inglês, Textor garante que isso já estava a ser equacionado.

«É óbvio que não sou uma entidade concorrente, mas a direção está a par dos meus planos para investir num clube britânico, por isso posso tornar-me uma entidade concorrente. Foi por isso que pedi uma aprovação prévia ao meu acordo com o Sr. Santos. Agora a direção do Benfica diz que não aprova», responde.

Ainda assim, Textor diz ao nosso jornal que mantém o plano de vir a Portugal na próxima semana.

«Ainda tenho um contrato válido com o Sr. Santos, por algum tempo, e o tempo tem o poder de mudar tudo. Tenciono encontrar-me com ele e também voltar a mostrar-me disponível para conversações contínuas com outros membros. Acredito que a liderança do Benfica esteja ocupada, neste momento, e estou preparado para ser paciente. Penso que as pessoas deviam conhecer-me melhor, de qualquer forma, pelo que tenciono passar mais tempo em Lisboa nos próximos tempos», adianta ao Maisfutebol.