A era Paulo Fonseca no Sp. Braga começa com uma vitória num jogo interessante, emocionante, que exigiu luta,  mas sobretudo, paciência.
 
Este foi apenas o primeiro passo de uma longa maratona, mas tanto Sp. Braga como Nacional, com os olhos postos no carimbo do passaporte europeu, sabem que não há tempo a perder. Entrar bem é essencial, ainda por cima quando o adversário luta exatamente pelos mesmos objetivos. Ambas as equipas mostraram em campo que vontade nãos lhes falta, nem argumentos para fazer uma boa época.
 
Num jogo que começou logo a bom ritmo, bastaram dois minutos para o golo chegar. Num contra-ataque rápido, aproveitando que a equipa arsenalista estava muito subida no terreno, Bonilha a cruzar tenso da esquerda e Soares, a receber mesmo de frente para a baliza, não perdoou.
 
O tão madrugador, longe de desmotivar a formação caseira, levou o Sp. Braga a tentar a reação rápida. Pedro Santos e Crislan bem tentaram, mas Gottardi estava sempre no caminho. Mas também não tardou muito até os arsenalistas fazerem o gosto ao pé. Numa grande penalidade assinalada por falta sobre Pedro Santos, o próprio avançado foi chamado a converter. Gottardi até adivinhou o lado, mas a bola foi muito bem colocada e entrou juntinho ao poste.
 
O jogo continuou dividido, com o Sp. Braga com mais posse de bola, mas o Nacional sempre a espreitar a oportunidade de ir chatear os defesas do Sp. Braga e Kritsyuk, principalmente por intermédio de Soares e das arrancadas de Salvador Agra, mas sem efeitos práticos.
 
Do outro lado, gerou-se uma verdadeira batalha entre Gottardi e os avançados do Sp. Braga. O guarda-redes do Nacional revelou-se um verdadeiro «homem elástico». Antes do golo já tinha dado nas vistas ao travar primeiro com o pé, o livre batido por Aderlan, e depois, com a mão, a recarga de Crislan. Aos 30 minutos respondeu com uma grande defesa a um grande remate de Pedro Santos fora da área. E logo a seguir voltou a brilhar para travar um cabeceamento de Crislan.
 
A primeira parte terminou com um lance polémico. Após um cruzamento de Rafa na direita, Washington meteu o pé à bola para fazer o corte e a bola ressaltou-lhe no braço. Ficaram a pedir grande penalidade os jogadores do Sp. Braga, mas o árbitro não assinalou.
 
Na segunda parte, o Sp. Braga esteve mais forte, perante um Nacional menos atrevido em campo. Gottardi não tinha grandes oportunidades de descansar. Aos 54 minutos, o guardião teve de mostrar de novo a elasticidade, após uma excelente incursão de Luiz Carlos pela esuqerda, que fez o cruzamento para Rodrigo Pinto. O avançado só não fez o golo, de cabeça, porque Gottardi se esticou todo e conseguiu tirar a bola do caminho da baliza.
Mas já diz o ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. E lá chegou o lance em que Gottardi não conseguiu travar. Recém-entrado no jogo, o jovem Joan Roman, que passou por Manchester City e Barcelona na formação, fez uma jogada individual, com excelente finalização, batendo o guarda-redes do Nacional, e colocando os arsenalistas em vantagem pela primeira vez no jogo.
 
Até ao final o jogo continuou dividido e o marcador acabou por não voltar a mexer. O saldo foi uma boa prestação de duas equipas que mudaram muito desde a época passada, mas que já têm patente uma clara ideia de jogo. O Sp. Braga acabou por ser mais forte, por fazer por merecer a vitória.