Quase quatro meses depois, o Estoril voltou a festejar uma vitória, o que já não acontecia desde a terceira jornada, em agosto, quando festejou pela última vez em Tondela. Uma vitória arrancada das entranhas da equipa canarinha que fez tudo para deixar a última posição da liga antes do Natal e da entrada do novo ano. Uma vitória merecida, diga-se, num jogo inédito no principal escalão, com golos vistosos de Lucas Evangelista e Allano, antes de Kléber dar a estocada final. O Aves ofereceu boa réplica, com uma boa reação ao primeiro golo, ainda antes do intervalo, e com um golo em tempo de compensação, de canto direto, que ainda provocou alguma ansiedade na Amoreira. A verdade é que o jogo acabou em festa, com as bancadas a aplaudir de pé a conquista dos três pontos. Coisa rara esta época.

Confira a FICHA DO JOGO

Com o Natal à porta, o Estoril tinha este sábado uma oportunidade soberana para passar a incómoda lanterna vermelha, nem que fosse por umas horas, tendo em conta que o V. Setúbal estava a perder em Santa Maria da Feira quando o jogo foi interrompido devido a uma quebra de energia. Não surpreendeu por isso que os canarinhos tenham entrado no jogo a todo o gás, com uma forte intensidade e com um bloco bem adiantado no terreno, com Ivo Vieira a pedir constantemente aos seus jogadores para subirem no terreno.

Uma postura que colocou muitas dificuldades ao Aves que, perante a pressão amarela, a toda a largura do terreno, não conseguia sair a jogar, optando constantemente pelos passes em profundidade, procurando explorar a velocidade de Salvador Agra, Arango e Amilton. Uma reposta que raramente deu resultado, uma que vez que a defesa canarinha, em boa sintonia, deixava os avançados da equipa de Lito Vidigal em fora de jogo. Em último caso, Moreira, sempre atento, saía rápido de entre os postes para cortar as poucas bolas que chegavam do outro lado do campo.

Era o Estoril que tinha mais bola, que mais pressionava e que ia criando oportunidades, muitas vezes pela direita, com Fernando Fonseca e Victor Andrade a tentarem explorar um buraco entre Nélson Lenho e Carlo Ponck para chegar à área de Quim. Kléber, com uma cabeçada que passou perto da trave, deu o primeiro sinal. Victor Andrade foi o primeiro aquecer as luvas do experiente guarda-redes e, logo a seguir, voltou a ter uma oportunidade soberana, com Aylton em excelente posição para finalizar, mas permitiu o corte impecável de Diego Galo. A pressão amarela acabou por dar resultados já perto do intervalo, numa boa jogada a envolver a defesa do Aves, com Victor Andrade a atrasar para o remate colocado, com o pé esquerdo, de Lucas Evangelista. Quim ainda voou, mas não chegou à bola.

A claque do Estoril ainda estava a desejar «a todos um bom Natal» quando Paulo Machado silenciou a Amoreira com uma bomba. Erro tremendo de Fernando Fonseca que perdeu uma bola para Amilton que desceu até à linha de fundo. Moreira ainda cortou, com um soco, junto ao primeiro poste, mas a bola foi ter com o experiente médio que encheu o pé para levar a bola até às redes de Moreira que ainda procurava recuperar a posição. Um balde de água fria ao Estoril que ainda não tinha desfeito o sorriso do golo que tinha acabado de marcar.

Golaço de Allano a embalar de novo os canarinhos

A verdade é que os canarinhos não esmoreceram e entraram na segunda parte ainda mais determinados, encostando novamente o Aves às cordas até recuperar a vantagem. A equipa de lito Vidigal continuava apertada, com tremendas dificuldades nas transições defesa/ataque e, num desses lances, Rodrigo Soares perdeu uma bola em zona proibida e Allano escapou, enchendo o pé para mais um grande golo na Amoreira. Um golo que vale a pena rever, com a bola a entrar junto ao angulo, sem hipóteses para Quim.

O Aves voltou a ensaiar uma resposta rápida, subindo de imediato as suas linhas, mas continuou a falhar nas transições. Lito Vidigal ainda lançou Ryan Gauld e, pouco depois, foi obrigado a prescindir de Arango [saiu de maca depois de ma cabeçada com um adversário na área do Estoril], mas o Estoril tinha agora mais espaço para atacar.  Numa rápida combinação entre Fernando Fonseca e Victor Andrade, o lateral rematou cruzado para uma defesa apertada de Quim e Kléber surgiu destacado para encostar para o terceiro. Desta vez o Estoril estava determinado em não deixar fugir os três pontos e teve uma série de oportunidades para matar o jogo, com destaque para um remate de Lucas Evangelista que esteve muito perto de bisar.

A equipa de Ivo Vieira acabou por controlar bem o último ímpeto do Aves, mas ainda consentiu um golo em tempo de compensação, num erro tremendo de Moreira, que desviou um canto marcado por Paulo Machado, para as próprias redes. A verdade é que o jogo acabou logo a seguir, abrindo espaço para uma enorme festa na Amoreira, com os adeptos a aplaudir a equipa de pé. Afinal foi apenas a segunda vez que o Estoril venceu em casa esta época. Uma tarde em cheio para os canarinhos que, além da vitória, marcaram três golos, um terço dos golos que tinham marcado nos primeiros catorze jogos.

Confira o resumo e os cinco golos do jogo: