O forte vento que se fazia sentir no Estádio da Madeira deixou no ar a preocupação de que o espetáculo entre duas das equipas que melhor praticam futebol neste campeonato poderia sair prejudicado. Puro engano!

Nacional e Benfica entregaram-se de corpo e alma ao jogo e houve jogo rasgadinho, com muitos golos a embelezar. Mas vamos por partes.

O Nacional entrou forte na partida e parece ter surpreendido a formação de Jorge Jesus, empurrando o adversário para junto da sua área e impedindo que as transições encarnadas pudessem sair. Atordoados com tal entrada, os jogadores benfiquistas não demoraram muito a ficar em desvantagem no marcador, já que à passagem do minuto seis, Candeias, na transformação de uma grande penalidade a castigar uma mão na bola de Luisão, colocaria a formação alvi-negra a vencer por uma bola a zero.

Os encarnados pareciam não conseguir acertar o passo e só após o minuto 20 é que começaram a acercar-se com perigo da baliza à guarda de Gottardi, numa altura em que Aly Ghazal, forte pilar defensivo dos alvi-negros, já havia sido substituído por lesão.

FICHA DE JOGO E O AO MINUTO DA PARTIDA


Rodrigo ameaçou pela primeira vez que o Benfica estava ali para ganhar o jogo aos 22 minutos e, volvidos somente dois minutos, Lima haveria de fuzilar Gottardi após jogada de entendimento de Markovic e Rodrigo, empatando assim a contenda.

O golo acabou por motivar a equipa de Jorge Jesus que encostou o Nacional às cordas, com Gaitan aos 25 minutos e Markovic aos 32 a fazerem tremer a defensiva contrária, mas sem o acerto que desejavam.

Começava a cheirar a novo golo e Rodrigo não foi de modas à passagem do minuto 33, desferindo uma bomba de fora de área ao ângulo esquerdo da baliza à guarda de Gottardi e com isso fazendo a reviravolta no marcador.

OS DESTAQUES DO JOGO: Rodrigo e Garay em destaque


Eram os encarnados a mandar na partida e já depois de nova ameaça de Rodrigo, Candeias ainda deu um ar da sua graça, num lance individual pela ala esquerda que culminou com o remate para defesa atenta de Oblak.

Lá diz o ditado que quem não marca arrisca-se a sofrer e como não marcaram os pupilos de Manuel Machado, o Benfica deu sentido à velha máxima. Depois de um canto na esquerda batido por Enzo Perez para o poste mais distante,surgiu Garay, quase em cima da linha de fundo, a cabecear em arco para o poste contrário, fazendo a bola voar caprichosamente até ao fundo da baliza nacionalista.

A vencer por três bolas a uma ao intervalo o Benfica veio para a segunda metade controlar a vantagem que detinha, perante um Nacional incapaz de levar problemas de maior à baliza à guarda de Oblak.

Aliás, o jogo acabou mesmo por decair de qualidade e foi preciso esperar 15 minutos para ver um lance de perigo e novamente favorável à formação encarnada, depois de uma jogada de entendimento entre Gaitan e Markovic. O argentino não acertou com a baliza contrária.

O resultado não interessava à equipa da casa e Manuel Machado arriscou tudo, fazendo entrar mais dois avançados em campo. O sal na fogueira parece ter despertado a equipa da casa que na primeira oportunidade que dispôs reduziu o marcador para 2-3, depois de um cruzamento de Candeias na esquerda que encontrou Djaniny completamente solto de marcação no coração da área benfiquista.

A desvantagem mínima espevitou os da casa, mas a machada final estaria para chegar ao minuto 88, com o central argentino Garay a bisar na contenda, depois de um excelente trabalho de Sílvio pela ala esquerda.

O Benfica acabou por conseguir assim uma importante vitória no campeonato, frente a um Nacional que tradicionalmente causa grandes dificuldades quando joga no seu reduto, mas que esta temporada ainda não conseguiu bater o pé aos pupilos de Jorge Jesus.