Um Rio Ave quase inofensivo saiu este domingo da Choupana com uma vitória arrancada a ferros e que leva a marca do seu guarda-redes, Léo Jardim.

O golo do triunfo da equipa de Daniel Ramos, que praticamente não atacou na segunda parte, foi anotado no primeiro tempo, por intermédio de Roman.

Um castigo duro para o conjunto de Costinha, que ao longo de quase todo o jogo, foi a melhor equipa em campo a também aquela que mais oportunidades criou.  

FICHA DE JOGO E AO MINUTO

A equipa insular foi a jogo com quatro alterações face ao onze que perdeu ante o Portimonense (5-1), na última jornada. Campos, Diogo Coelho, Kaká e Jota entraram para os lugares de Kalindi, Júlio César, Palocevic e Tissone. Pelo lado do Rio Ave também quatro alterações relativamente ao jogo com o Desp. Chaves (1-1): Filipe Augusto, Tarantini, Carlos Carvalho e Moreira foram rendidos por Jambor, Leadrinho, Diego Lopes e Murilo Freitas.

Bom início de jogo, com ambas a equipas a criar lances de perigo junto das balizas adversárias. Primeiro por Hamzaoui, que rematou à figura de Leo Jardim, à entrada da área, com a resposta contrária a surgir pouco depois, com um desvio de cabeça de Messias, na sequência de lance de bola parada, que Daniel Guimarães resolveu sem dificuldades.

A forma como estes dois lances foram conduzidos acabaram por espelhar o jogo que ambas as equipas colocaram depois em campo nos primeiros 45 minutos. O Nacional, claramente apostado na busca da profundidade, com transições rápidas, chegou várias vezes ao último reduto vila-condense, mas acabou por ser inconsequente ao pecar na definição dos cruzamentos e também na finalização. O Rio Ave, apesar de apostar numa construção mais pensada do seu jogo, também acabou por exibir as mesmas dificuldades. À meia hora de jogo: um remate enquadrado para cada conjunto.

As defesas mandavam nas respetivas áreas com autoridade. Aos 23’, Rúben Semedo evitou que Cerqueira finalizasse em plena grande área, num lance que o jogador do Nacional podia ter muito bem optado por definir sem ajeitar a bola, o que deu tempo para o central vila-condense reagir com a eficácia que se lhe reconhece.

Pouco depois, Rashidov surpreendeu tudo e todos ao rematar cruzado, desde ângulo reduzido, depois de recuperar a bola já perto da pequena área. Mas o melhor período do Nacional acabou por coincidir com o golo do Rio Ave. A defesa madeirense foi lenta a reagir a uma jogada de insistência, em que Galeno é servido bem na esquerda e coloca para o momento de Roman na área. Vitor Gonçalves ainda consegue recuperar, mas o corpo que ofereceu ao remate não conseguiu desviar a bola da baliza.

Decorria o minuto 36’, e o jogo paciente da equipa de Daniel Ramos acabou por ser compensado, embora com uma desatenção da defesa madeirense. Ainda havia tempo para jogar antes do descanso, mas o conjunto de Costinha, a exemplo de outras ocasiões nesta temporada, acusou o golo, e acabou mesmo por regressar às cabines sem esboçar uma reação capaz de desfazer a desvantagem.

A reação foi guardada para o reatamento. Witi, aos 54’, e Rashidov, quatro minutos depois, ‘cheiraram’ o golo. Os alvinegros entraram determinados, empurrando os os verde brancos para o seu meio campo defensivo e para experimentar alguns momentos de sufoco.

A intensidade no jogo madeirense foi perdendo gás, mas mesmo assim os homens de Costinha continuaram a protagonizar os lances de maior perigo. Aos 75’, Kaká ainda chegou a introduzir a bola na baliza de Léo Jardim, mas o lance acabou por ser invalidado após a equipa de arbitragem, liderada por António Nobre, ter considerado que o guardião vila-condense sofreu falta.  

Mais recuado no terreno e cedendo a iniciativa ao Nacional, o Rio Ave procurava gerir o jogo para depois tentar explorar o contra-ataque. Raramente conseguiu sair a jogar desta forma, fruto da atenção e entrega madeirense, que chegou a queixa-se de um certo anti-jogo por parte dos homens de Daniel Ramos.

Sem sair praticamente do seu meio campo nos últimos dez minutos de jogo, e ainda durante os cinco minutos de descontos, o Rio Ave acabou por conquistar os três pontos graças ao seu guarda-redes. O ataque insular produziu mais que o suficiente para empatar - voltou a marcar mas não contou por fora de jogo de Riascos - só que quando não atirou ao lado, viu sempre Léo Jardim no caminho da bola. O guardião rioavense inventou defesas para todos os golos, mas a que desenhou aos 90’, é do outro mundo.