A festa de despedida de Bruno Pinheiro, ao que tudo indica, a caminho do Besiktas, acabou por ter um sabor agridoce para o Estoril que não foi além de um empate na receção ao Famalicão (2-2), depois de ter protagonizado uma reviravolta supersónica no final da primeira parte. Os canarinhos, que apresentaram-se com uma camisola nova, que resulta de uma parceria solidária com a Cruz Vermelha, estiveram quase sempre por cima do jogo, mas não conseguiram contrariar a pretensão do adversário que se apresentou na Amoreira determinado a levar pontos para casa.

Veja aqui os golos do jogo

Duas equipas que se encontram em momentos diametralmente opostos. Um Estoril a transbordar saúde com o quarto lugar à vista e um Famalicão ainda há procura de si próprio, no fundo da classificação e, como assumiu Ivo Vieira, a desesperar por pontos. O início do jogo transmitiu isso mesmo, com os canarinhos, esta noite «mascarados» de branco e vermelho, proativos, a procurarem assumir a iniciativa do jogo e a instalarem-se no meio-campo adversário, frente a um Famalicão bem mais conservador, com uma linha de quatro, reforçada com mais três elementos defensivos, com Alexandre Penetra a assumir muitas vezes o papel de terceiro central.

Os primeiros minutos foram, assim, pouco atrativos para os espectadores, com o Estoril a forçar a entrada da bem povoada zona defensiva do Famalicão, com muitas faltas, demasiadas interrupções e pouco futebol. Muitas faltas que, ainda assim, iam proporcionando oportunidades aos canarinhos, de bola parada, com muitos livre e pontapés de canto. A equipa de Ivo Vieira, num primeiro instante, ainda foi conseguindo afastar a pressão e até ensaiou algumas transições, mas a verdade é que foi sendo obrigada a recuar em toda a linha.

Um jogo que se tornou feio, apenas com uma oportunidade evidente, num livre de André Franco que passou a rasar a barra, mas os últimos minutos do primeiro tempo acabaram por ser frenéticos. Numa altura em que o Estoril apertava o cerco, o Famalicão conseguiu sair a jogar numa transição rápida e, com alguma fortuna, acabou por chegar ao golo. Passe longo de Penetra a lançar Bruno Rodrigues que escapou pela via rápida da direita e cruzou tenso. Vital, na tentativa de se antecipar a Banza, acabou por atirar para as próprias redes para desconsolo de Thiago Silva.

A festa do Famalicão foi curta, uma vez que, três minutos depois, o Estoril chegava ao empate. Livre, mais um, de André Franco sobre a direita e cabeçada de Rui Fonte junto ao primeiro poste. Bola ao centro e reviravolta. Mais um grande lance de André Franco, o verdadeiro «mágico» do Estoril, que levou tudo à frente, entrou na área e picou a bola para o remate de Chiquinho. Três golos num curto espaço de tempo a trazerem ânimo para a segunda parte.

Novo jogo na segunda parte

O segundo tempo foi de facto diferente. Ivo Vieira prescindiu do apagado Pedro Brazão para lançar Iván Jaime e o Famalicão voltou ao campo com vontade de disputar o jogo. Foi por isso, desde logo, um jogo mais aberto, agora com o Estoril também obrigado a defender. A verdade é que os canarinhos deixaram-se surpreender pela mudança de atitude do adversário que, logo a abrir, chegou ao empate. Bruno Rodrigues cruzou da direita e Banza antecipou-se a um adversário para desviar para as redes.

O Estoril procurou nova reação rápida, mas o Famalicão, como já dissemos, já não era o mesmo da primeira parte e, agora, respondia na mesma moeda. Um jogo de parada e resposta, com a bola a rolar bem mais do que na primeira parte, mas agora com a sensação que podia cair para qualquer um dos lados. Podia até o Estoril repensar a estratégia e abrandar o ritmo, numa tentativa de voltar a ter mais bola. Bruno Pinheiro também deu o seu contributo com três alterações de uma assentada, com as entradas de Romário Baró, André Clóvis e Bruno Lourenço.

A verdade é que o Estoril voltou a crescer e, tal como na primeira parte, voltou a encostar o adversário às cordas. No entanto, nesta altura, os jogadores do Famalicão deviam estar a recordar as palavras de Ivo Vieira, na antevisão do encontro, quando disse que era «determinante somar pontos».

O Famalicão, bem mais equilibrado no segundo tempo, acabou por conseguir levar um ponto para casa. O Estoril perdeu a oportunidade de voltar a destacar-se  no quarto lugar, mas continua com o Sp. Braga à vista, bem lá em cima na classificação..