Custou até entrar o primeiro. Mas foi preciso acelerar. Depois de uma primeira parte algo equilibrada, o Sp. Braga construiu esta sexta-feira um triunfo justo com três golos sem resposta ante o Nacional, e anotados numa etapa complementar que correu de feição aos minhotos, e que acabou por expor muitas fragilidades por parte dos madeirenses.

O Nacional bateu-se bem nos primeiros 45 minutos e até dispôs da melhor oportunidade de golo, mas na segunda parte só viu praticamente o Sp. Braga a jogar, e com a rapidez e clarividência que não conseguiu colocar em campo na etapa inicial.     

Os guerreiros do Minho ascenderam à condição ao segundo lugar, ficando à espera do que o Benfica vai fazer em Guimarães. Quanto ao Nacional, poderá cair novamente para uma zona próxima da linha de água.

Em relação à última partida do Nacional, que se saldou com uma derrota na receção ao Belenenses, Costinha efetuou três alterações. Duas por opção, com Kalindi a ficar no banco e a lateral direita a ser entregue ao estreante Filipe Ferreira, transitando Nuno Campos para a esquerda; e a troca de Palocevic por Tissone no meio campo defensivo. A outra alteração foi forçada, com a ida a jogo de Diogo Coelho no eixo da defesa em vez de Rosic, emprestado pelo Sp. Braga.

FILME E FICHA DE JOGO.

Quanto aos minhotos, Abel Ferreira operou seis mudanças comparativamente ao onze que apresentou de início no triunfo sobre o Desportivo das Aves, para a Taça de Portugal. Tiago Sá voltou à baliza, em detrimento de Marafona, e Ryller substituiu Goiano, com Esgaio a baixar para lateral direito. Bruno Viana saiu do eixo defensivo para a entrada de Pablo, enquanto Claudemir deu o lugar a Ricardo Horta. A frente de ataque ficou a cargo de Murilo a Dyego Sousa, por troca com Paulinho e Wilson.

Como esperado, os guerreiros do Minho entraram a querer controlar as operações, procurando manter o Nacional para o seu campo defensivo.

Dois remates desenquadrados com algum perigo e um golo anulado por fora de jogo nos primeiros quatro minutos de jogo faziam antever um Sp. Braga muito autoritário e disposto a marcar muito cedo.

Apesar de alguns sustos, o conjunto madeirense, sempre muito solidário entre linhas e assertivo na abordagem ao jogo das transições rápidas, acabou sacudir a pressão dos bracarenses e repor algum equilíbrio no jogo.

A equipa de Abel Ferreira não deixou de mandar no jogo, mas o domínio exercido foi pecando na qualidade colocada em zona de decisão. Um exemplo claro da falta de acerto bracarense no último reduto do madeirense pode ser resumido pelo lance registado aos 26m, quando Ricardo Horta surge à boca da baliza e não consegue emendar uma bola cruzada da esquerda por Ailton.

Pouco depois, um contra-ataque bem executado pelos visitantes acabou com o cruzamento de Esgaio a ser desfeito por Lucas França. Mas a melhor oportunidade de toda a primeira parte estava reservada para o Nacional. Também num lance de contragolpe, Gorré conduziu o esférico até à área bracarense até libertar para Camacho, que já na grande área, rematou à malha lateral, embora com espaço e tempo para fazer muito melhor.

O jogo estava a crescer de intensidade, mas as duas substituições operadas ainda antes do intervalo, uma por cada técnico, acabaram por quebrar o ritmo da partida no que restava jogar. No caso do Nacional, Costinha trocou Gorré, por opção técnica, enquanto do lado dos bracarenses, Ailton cedeu o lugar a Sequeira, devido a problemas físicos.

O equilíbrio que marcou o primeiro veio a ser desfeito pouco depois do reatamento. O Nacional ainda chegou a assustar em lances de contra-ataque, mas o domínio do Sp. Braga, que regressou das cabines com outro discernimento junto à área madeirense, acabou por se imposto fruto de uma maior intensidade em todos os todos os lances em disputa.

Já no primeiro tempo o conjunto minhoto havia deixado alguns avisos sobre o quão forte era nos lances de bola parada. Aos 61m, Sequeira cobrou um livre quase em zona frontal, a uns 25 metros, e levou a bola a embater com estrondo no poste do desamparado Lucas França, que depois nada pôde fazer ante a recarga de Ricardo Horta.

O golo fez ruir o ânimo dos madeirenses e a estratégia de Costinha. O Nacional acusou notoriamente o golo, enquanto serviu para engrandecer o Sp. Braga. Claramente desencontrados com o jogo, os alvinegros acabaram por sofrer o segundo após uma série de erros de bradar aos céus.

Aos 73m Murilo, que época passada foi um dos grandes obreiros do regresso do Nacional à Liga, matou o jogo, com cabeceamento à boca da baliza. O médio não festejou, por respeito, mas aos 84m, desenhou o cruzamento que deu o terceiro a Paulinho, finalizado também perto da baliza de Lucas França.

Pelo meio, pouco ou nada se viu do Nacional, que com este resultado averbou a terceira derrota seguida na I Liga, o pior registo da equipa de Costinha no presente campeonato.