Um FC Porto de recurso venceu neste sábado a Académica pela margem mínima (1-0). Hernâni decidiu o encontro ao 12º minuto do jogo no Estádio do Dragão. Missão cumprida na gestão de recursos, com a apresentação de um filme de categoria B antes das viagens até Munique e Lisboa.

Os adeptos portistas mostraram-se satisfeitos com o desempenho regular entre os compromissos mais importantes da temporada: defender o 3-1 na Alemanha e discutir o título nacional no Estádio da Luz, frente a um Benfica que venceu, à mesma hora, o Belenenses no Restelo. Tudo na mesma.

Julen Lopetegui fez nove alterações no onze inicial (o Maisfutebol tinha previsto sete) e denotou preocupação com o registo disciplinar de Danilo e Herrera: antes do clássico, o treinador deixou os dois jogadores – no limite dos cartões amarelos – nas bancadas do Dragão.

Era previsível a remodelação da estrutura portista, face ao curto espaço de tempo entre os decisivos confrontos com o Bayern Munique, mas Lopetegui acabou por tirar um coelho da cartola com a inclusão de Alex Sandro (falha o jogo na Alemanha por castigo) como defesa-central, ao lado de Diego Reyes.

Reyes fez o primeiro jogo como titular nesta Liga e teve o privilégio de envergar a braçadeira de capitão. Na ficha oficial, curiosamente, era Alex Sandro quem surgia nessa condição.

Hernâni a apontar o caminho

O FC Porto de recurso apresentou bons argumentos como Evandro e Hernâni para carrilar o jogo ofensivo, onde Aboubakar voltava a surgir como referência.

Seria o camaronês a abrir caminho para o primeiro golo do encontro, que chegou sem aviso. O jogo arrancara aos soluços, sem oportunidades, e de repente a bola vai parar ao lado esquerdo, Esgaio falha o corte e Hernâni aproveita para se isolar. Cristiano defendeu o primeiro remate do extremo mas este marcou à segunda.

Rombo precoce para uma Académica que procurava retificar a imagem deixada na Luz (5-1). José Viterbo promoveu quatro alterações – contando com os regressos de Nuno Piloto e Rui Pedro – e dispôs a equipa num desenho com densidade populacional na segunda linha de meio-campo.

Fernando Alexandre atuava como trinco, Rafael Lopes era o homem mais adiantado e pelo meio surgiam um quarteto com ordens para subir em busca da surpresa.

Alex Sandro como Dante

Seria o FC Porto, de qualquer forma, a ameaçar o segundo em lance de insistência de Evandro. O médio brasileiro surgiu na área contrária para atirar ao poste. No minuto seguinte, a Académica não aproveitou uma oferta «dantesca» de Alex Sandro.

O central adaptado colocou a bola nos pés de Rafael Lopes mas este acabou por rematar para fora perante a aproximação de Diego Reyes. Susto tremendo nas bancadas do Dragão.

Foi o melhor ensaio da Académica na primeira metade e caiu do céu.

O sinal mais continuava a pertencer ao FC Porto que, antes e depois do intervalo, obrigou Cristiano a duas intervenções de grande nível. Primeiro num remate de José Ángel na área, mais tarde num livre direto cobrado por José Campaña.

Antes, durante e depois houve Hernâni: exibição portentosa do extremo contratado ao Vitória de Guimarães nesta reabertura do mercado. No plano oposto esteve Juan Quintero: uma grande dose de talento sem intensidade competitiva. Saiu com uma hora de jogo.

Questão resolvida pela diferença mínima

Julen Lopetegui sentiu a necessidade de lançar Marcano e Óliver (para o lugar de Campaña, sem ritmo) mas nem assim evitou o abrandamento do FC Porto nos últimos trinta minutos.

A Académica, mais próxima da identidade transmitida por José Viterbo, libertou-se de constrangimentos e obrigou Fabiano a uma defesa de instinto na sequência de um desvio de Iago Santos.

O FC Porto não resolvia a questão, a Académica não a colocava verdadeiramente em causa e o Dragão resignava-se com a diferença mínima no marcador. Saldo suficiente antes de dupla batalha decisiva.

Em tempo de compensação, falhanço incrível de Jackson após pelo trabalho de Alex Sandro. Acontece aos melhores.