No primeiro dérbi insular desta época em solo açoriano, o Santa Clara somou mais uma derrota, às custas do Marítimo. A equipa de João Henriques já não vence em casa desde o jogo com o Desp. Chaves e averbou o sétimo desaire em casa, onde já não vê vitórias há mais de três meses. Sai por cima o Marítimo, que vai na melhor série da época, com três vitórias seguidas.

Se os açorianos pretendiam retomar o caminho das vitórias em casa, algo que não se vê desde do dia 5 de outubro, os madeirenses, por seu lado, estavam dispostos a dar continuidade à senda ganhadora.

Foi da equipa de Petit que se viu o primeiro lance de perigo. Aos oito minutos, China serviu Joel Tagueu e este deu em Rodrigo Pinho, mas o remate do avançado foi à figura de Serginho. Foi a mais flagrante oportunidade de golo dos madeirenses até então. Daí em diante, a equipa da casa tomou as rédeas do encontro.

A pressão atacante do Santa Clara traduziu-se em vários lances de perigo junto à baliza de Charles. Um deles aconteceu aos 15 minutos e foi protagonizado por Stephens, após um cruzamento de Pineda: a atenção de Zainadine garantiu o desvio da bola. E se neste lance, o defesa moçambicano fez a equipa suspirar de alívio, no minuto seguinte causou um dos maiores sustos da primeira parte. Por pouco, não carimbou um autogolo, na sequência de um canto favorável aos açorianos. Foi, aliás, na concretização de um novo canto que os adeptos nas bancadas se levantaram, perante um remate determinado de Stephens, que acabou por sair ao lado.

Santa Clara-Marítimo: ficha e filme do jogo

O Santa Clara continuava a crescer no jogo, mas foi o Marítimo a marcar. Aos 23 minutos, o lado direito da defensiva dos açorianos deu margem para a incursão de Fábio China. Este serviu o capitão do Marítimo, Edgar Costa, que cruzou de trivela para Joel Tagueu, no coração da área, colocar o esférico no fundo da baliza açoriana.

Ainda se viu uma boa resposta dos encarnados de Ponta Delgada, com a insistência de Pineda, mas Charles estava atento. À pouca eficácia do Santa Clara no ataque, somavam-se erros defensivos. Um deles, aos 31’, quase permitia o segundo golo ao Marítimo: o pé esquerdo de Rodrigo Pinho levou a bola a rasar o poste direito da baliza.

O Santa Clara acusava nervosismo crescente, refletido, por exemplo, no número de faltas e na permissão que deu para o Marítimo atacar. Já ao cair do pano da primeira parte, Correa, por pouco, não bateu Serginho, que quase deu um frango, ao defender a dois tempos. A seguir, o empate esteve iminente: Charles não conseguiu conter o esférico, após um cruzamento de Candé, mas Stephens e Accioly não conseguiram o golo no meio da confusão.

No segundo tempo, os açorianos entraram determinados, mas o Marítimo não facilitava. Apesar da pressão ofensiva do Santa Clara, continuava a faltar eficácia ao ataque. Nas aproximações à baliza de Charles, o guardião da equipa da Madeira foi exímio: a exemplo, a saída dos postes aos 49 minutos. Mas a defesa da noite viria a acontecer mais tarde. Aos 77’, Charles negou o golo a Ukra, após livre do extremo.

No último quarto de hora do segundo tempo, o Santa Clara surgiu mais desgastado animicamente. O Marítimo soube capitalizar, para gerir a vantagem. Uma vitória que Petit não comemorou no relvado, por ter sido expulso do banco, aos 53 minutos, após protestos.