Os suspeitos de atos de intolerância com dois adeptos do FC Porto no Estádio António Coimbra da Mota, casa do Estoril, já foram identificados, confirmou esta segunda-feira fonte oficial da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), à Lusa.

Contactada pela Lusa, fonte da APCVD deu conta da identificação de suspeitos, com a colaboração da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da abertura de processo de contraordenação pelos atos praticados no sábado, durante o Estoril-FC Porto, que terminou com empate a uma bola, no duelo a contar para a 7.ª jornada da I Liga.

Em causa estão insultos dirigidos a um homem, com uma criança ao colo, ambos com camisolas do FC Porto, que terão sido cuspidos, enquanto se encontravam numa zona da bancada destinada aos adeptos anfitriões, que podem ser punidos com coimas entre os 1.000 e os 10 mil euros e com pena de interdição de acesso a recintos desportivos.

A mesma fonte assegurou que, na sequência do incidente e segundo apurado pela APCVD, o pai e a criança com a camisola do FC Porto, vítimas de atos de intolerância, mantiveram-se na mesma bancada, ainda que com a necessidade de os deslocar alguns metros para manter salvaguardada a sua integridade física. Criança e pai continuaram assim com a camisola do respetivo clube, acolhidos entre adeptos do Estoril que se demarcaram e mostraram indignados com os atos de intolerância ocorridos.

A mesma fonte da APCVD deu conta da existência, à Lusa, de cerca de 1.800 decisões condenatórias definitivas, já sem possibilidade de recursos, além de 560 medidas de interdição de acesso a recintos desportivo em vigor, resultante da atividade dos últimos três anos.

No total, atualmente, são cerca de 250 os adeptos impedidos de acederem a recintos desportivos, segundo dados do Ponto Nacional de Informações sobre o Desporto, 170 dos quais após medidas aplicadas pela APCVD.

A situação no Estádio António Coimbra da Mota desencadeou várias reações, da Liga ao Governo, que voltaram a lamentar novo episódio em estádios portugueses, depois do sucedido com uma criança no Famalicão-Benfica.

No domingo, também o Estoril lamentou o ocorrido, condenando «todo e qualquer ato de violência, seja ele de que natureza for».