Por Tomás Faustino

Foram os primeiros três pontos do Moreirense nesta época, conseguindo importante triunfo fora de casa, no terreno de um Nacional que vendeu bem cara a derrota. Emoção e incerteza no marcador de início ao fim, como todos os jogos deviam ter, com a equipa da casa a desperdiçar uma oportunidade flagrante, na marcação de uma grande penalidade, já em tempo de compensação.

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O Moreirense, que se apresentou num 4x4x2 extremamente dinâmico e versátil, sem um ponta de lança de referência, entrou muito forte no jogo e ficou a dever a si mesmo o facto de não ter sentenciado a partida logo nos instantes iniciais. Pedro Nuno e Chiquinho, os dois homens mais adiantados, apresentaram-se sempre em alta-rotação, revelando excelente entendimento entre si e com a restante equipa, baixando regularmente ao meio-campo, o que baralhava as marcações dos centrais contrários e fragilizava a ação dos laterais alvinegros. Tal desiderato proporcionou a Heriberto, sobretudo ele, uma série de oportunidades flagrantes para marcar.

Foi assim aos 4’, aos 12’ e aos 13’. O extremo que chegou a gelar o Sporting na semana passada, foi extremamente rápido a fugir nas costas de Campos, mas de forma incrível fez o mais difícil e não marcou. Na cara de Daniel Guimarães, rematou primeiro para fora, permitiu corte in extremis do lateral madeirense depois e por fim atirou ao poste. Já Pedro Nuno, que aos 2’ havia cabeceado para defesa de Daniel após boa jogada de envolvimento cónego pela direita, teve o ensejo de atirar para o fundo das redes aos 8’, após um cruzamento teleguiado de Rúben Lima.

Passado este período de maior turbulência, em que o Nacional apenas se viu num lance passível de grande penalidade, aos 9’, não assinalada após sinalética duvidosa do árbitro assistente, a equipa da casa conseguiu ser mais eficaz a reagir à pressão alta adversária e passou a anular com maior facilidade as rápidas investidas contrárias, o que lhe permitiu crescer e mandar no jogo. Assim, Alhassan fez o primeiro remate aos 20’, Rochez, isolado, viu Jhonatan negar-lhe o golo com uma palmada portentosa, aos 25’, e o mesmo Rochez, aos 26’, acertou em cheio na barra, após desviar cruzamento-remate de Witi. Até ao intervalo, três cartões amarelos para o Moreirense e registo de mais dois remates do Nacional, deixavam grande expectativa para a segunda parte.

A etapa complementar, apesar do intenso calor que sempre se fez manifestar, manteve-se com intensidade assinalável para esta fase da época, substituindo-se os períodos de domínio alternado por um autêntico frenesim de parada e resposta. Jogo aberto e bom futebol na Choupana, com os atacantes a superiorizarem-se frequentemente aos defensores contrários.

Primeiro o Nacional, com entrada altiva, a chegar ao empate por Witi, que aguentou a pressão e rematou certeiro para o fundo das redes, aos 50’, após assistência de Camacho. Pouco antes Rochez, isolado, permitiu defesa de Jhonatan, e Vítor Gonçalves, com um cruzamento perigoso, não viu ninguém fazer a emenda. Resposta imediata ao golo sofrido, Chiquinho isola-se mas Daniel, enorme, impede os seus intentos. Aos 61’, Heriberto revelou a frieza que lhe faltara na etapa inicial e deu a vitória à sua equipa, após perda de bola proibida de Arthur e assistência primorosa de Neto. O Nacional reagiu, criou perigo, esteve perto de marcar por Riascos, mas foi Daniel Guimarães quem segurou a equipa no jogo, defendendo por duas vezes disparos de Bilel, que lhe apareceu sozinho pela frente.

Já no tempo de compensação, o Nacional dispôs de soberana oportunidade para empatar. Camacho cruzou, Ivanildo cortou com o braço e o árbitro assinalou grande penalidade. Chamado a converter, Arabidze mandou por cima e esfumaram-se assim as possibilidades de repartir os pontos, num jogo em que o público vibrou do primeiro ao último minuto, face à incerteza no marcador e à frequência de lances para golo. O futebol português agradece ver algo assim.