Na fortaleza da Capital do Móvel o Paços de Ferreira continua a ser dono e senhor do seu destino e esta tarde deu mais um passo cirúrgico para a Liga Europa, derrotando o Moreirense de forma contundente por três bolas a zero. O trio da frente, Tanque, Singh e Hélder Ferreira, por esta ordem, carimbou o triunfo ainda na primeira parte.

A fazer um campeonato excecional a todos os níveis, o conjunto de Pepa escreveu mais um capítulo de enorme personalidade e pragmatismo nesta história, perante um Moreirense que para além de pouco audaz e de ter cometido vários erros individuais, com facilidade ficou exposto defensivamente.

A chave do jogo esteve precisamente aí. O Paços não massacrou, mas de forma simples aproveitou as fragilidades da equipa adversária, chegando com poucos toques e muita eficácia à cara de Pasinato.

Trio de ataque de pé quente

Exemplo desse mesmo pragmatismo é o primeiro golo do Paços, logo aos onze minutos. Hélder Ferreira remate forte de fora da área, chegando a essa zona com um movimento rápido, sendo depois Douglas Tanque derrubado por Ferraresi quando preparava a recarga. O mesmo Tanque encheu o pé esquerdo e bateu o guarda-redes Cónego.

Apenas nove minutos volvidos, novo tento pacense. A primeira linha de construção do Moreirense foi convidada a subir facilmente no terreno, sendo que as recuperações cirúrgicas do Paços fizeram depois o resto. Luiz Carlos abre para Tanque, que isola Singh para o segundo da tarde.

Em cima do intervalo, nova recuperação de bola dá o terceiro. Facilidade extrema: Tanque ganha no corpo a corpo no círculo do meio campo, Eustáquio serve Singh que faz a bola cruzar todo o campo para Hélder Ferreira fuzilar de primeira. Tudo simples, jogo resolvido ao intervalo. Apenas de bola parada o Moreirense conseguiu algo que se assemelhe a um remate nos primeiros quarenta e cinco minutos.

Organização trava reação

Depois de uma primeira parte irreconhecível, tentou deixar outra imagem na segunda o Moreirense. Consegui, em parte. O figurino do encontro alterou-se, David Simão e Pires vieram acrescentar mais critério aos Cónegos, mas a realidade é que o resultado estava já demasiado desnivelado e o Paços, mesmo em tarefas mais defensivas, nunca acusou o toque.

Conseguiu vários cantos o Moreirense, esteve com maior predominância no meio campo do Paços, mas raramente conseguiu criar lances de real perigo. Prevaleceu a organização pacense, que demonstrou capacidade para se adequar às diversas fases do jogo, vestindo o fato de macaco quando assim teve de ser.

Foi suficiente a vantagem construída na primeira metade, o Paços mantém-se firme a jogar em casa e, ainda que com mais um jogo, aproxima-se dos da frente e cava um fosso de nove pontos para o mais direto perseguidor, o Vitória de Guimarães. Ou seja, Paços firme para a Liga Europa.