Figura: Esgaio, o «Robocop»

Em boa hora regressou à equipa titular, ocupando o lugar de Goiano. O lateral de 25 anos indicou o caminho para a saída dos escombros do Castelo de Santa Maria da Feira ao assinar duas assistências.  Seguríssimo a defender – não foi ultrapassado uma única vez -, soube sempre quando subir ou quando equilibrar a equipa. Lê tão bem o jogo, sinal de uma maturidade invulgar aos 25 anos. Notáveis os cruzamentos para Fransérgio e Horta que valeram o triunfo bracarense. Decisivo, pois claro.

Momento: fazer em 25 segundos o que não se fez numa parte inteira

O Sporting de Braga fez por justificar a vantagem ao intervalo. Atirou uma bola ao ferro, criou situações de finalização dentro da área contrária, enfim. No arranque da segunda parte, os bracarenses precisaram somente de 25 segundos para abrir o ativo. Bruno Viana deu para Esgaio na direita, o lateral arrancou e só parou quando cruzou para a área, onde surgiu Fransérgio a fazer o 1-0. A partir daí, o jogo ficou praticamente fechado, em virtude do momento horrível que o Feirense vive.

Outros destaques:

Wilson Eduardo: jogou como ala-direito, depois como extremo e acabou como avançado. O internacional angolano foi um dos vários «jokers» utilizados por Abel durante o jogo. Mesmo com as várias trocas de posição, o capitão bracarense manteve um rendimento interessante, sobretudo no primeiro tempo. Wilson combinou bem com Horta – outro jogador que teve direito a assumir papéis distintos – e ameaçou o golo em três ocasiões. Ficou perto de um golo vistoso (36’) e nas outras duas tentativas Caio opôs-se bem (21’ e 31’). Um competente jogador de equipa, resumindo.

Caio Secco: caso o brasileiro não se tivesse exibido a bom nível, os fogaceiros poderiam ter sofrido um resultado mais desnivelado. Caio fez duas intervenções decisivas na primeira parte - a remates de Wilson Eduardo (21' e 31') e de Horta (26'). É um dos bons valores da Liga e dificilmente continuará em Santa Maria da Feira no próximo ano.

Valencia: ganhou minutos com o decorrer da época, mas marcou apenas dois golos. O colombiano não tem, portanto, aproveitado as oportunidades concedidas. Esta tarde, «El Trencito» voltou a ter hipóteses para deixar uma boa imagem – tal como toda a equipa – mas desperdiçou-as. O avançado fogaceiro foi protagonista de um lance inacreditável: conseguiu uma receção aparentemente difícil e, com Tiago Sá fora da baliza, tentou o que pareceu um chapéu (30’). Ainda teve outra oportunidade – cabeceamento à figura de Tiago Sá (33’) antes de se evaporar no segundo tempo.

Horta: a quatro jogos do final da época, o internacional português tem o mérito de estar perto de igualar o excelente registo do ano anterior. Horta criou, deambulou pelo ataque, assistiu e marcou. O extremo foi um dos jogadores mais influentes na forma como Abel quis furar a muralha azul e, também por isso, merece o destaque.

Fransérgio: o médio foi o substituto de Dyego Sousa no ataque minhoto durante a primeira parte. É verdade que poucas vezes tocou na bola, mas quando recebeu em boas condições criou perigo. O ex-Marítimo acertou no poste (20’) na sequência de um bom envolvimento coletivo. Fransérgio concretizou a ameaça aos 25 segundos da segunda parte, com um excelente golpe de cabeça entre Briseño e Flávio Ramos. Ficou perto do «bis», contudo, o árbitro anulou o lance por posição irregular de