E à terceira Lopetegui conseguiu mesmo ganhar ao Benfica (depois do 0-2 e 0-0 da época passada).

Foi um triunfo curto, suado, conseguido já na reta final do encontro, mas foi também um triunfo justo, pela superioridade que o FC Porto exibiu sobre o Benfica no segundo tempo.


O primeiro clássico da Liga 15/16 teve muita intensidade e fases de bom futebol. E também teve momentos de tensão e nervosismo que poderiam ter comprometido o resto do encontro: felizmente, isso não aconteceu.  

O nulo, que se manteve até aos 87, servia mais os interesses do Benfica (empatar no Dragão é um bom resultado para qualquer equipa do mundo). Mas o FC Porto pôs o pé no acelerador e chegou mesmo ao golo. 
 
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O FC Porto teve querer, teve coração, teve oportunidades, mas, em períodos decisivos do encontro, não teve cabeça nem discernimento para «matar» mais cedo o duelo a seu favor.
 
Depois de uma primeira parte com um Benfica globalmente mais equilibrado e um FC Porto forte a abrir e a fechar, mas com fases de instabilidade e até algum nervosismo, a metade complementar mostrou clara superioridade portista (bem visível no remate ao poste de Aboubakar e no lance em que o camaronês atirou às malhas).  
 
O FC Porto sentia que estava mais perto de ganhar, embora nem sempre tenha sabido fazer por isso. O Benfica, a olhar com mais interesse para empate no terreno do grande rival, arriscava menos e até revelava equilíbrio coletivo.

Mas não chegou; a equipa de Rui Vitória terá ficado demasiado confortável com a ideia do 0-0 e recuou linhas muito cedo. Embalado, o FC Porto foi acreditando cada vez mais e justificou o golo de André André. 
  
André Almeida e Rúben, meias surpresas…
 

Rui Vitória surpreendeu ao colocar André Almeida de início, ao lado de Samaris. Pizzi começou no banco, Fejsa nem isso.
 
Gonçalo Guedes manteve lugar no onze, Jonas e Mitroglou começaram os dois na frente, afastando assim cenários que adivinhavam a colocação de Talisca como segundo avançado, o que obrigaria possivelmente Jonas a ficar no banco.
 
Do lado portista, Rúben Neves foi titular (e fez um belo jogo, diga-se), com Imbula e André André (o melhor em campo) a completarem o trio do meio-campo. Lopetegui voltava a mudar o onze, optando por deixar Herrera e Danilo, duas soluções que começaram a época como prioritárias, no banco.
 
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O resto, nas escolhas de Lopetegui, era previsível: Corona e Layún, apesar de ainda cheirarem a fresco no plantel portista, tinham tido desempenhos suficientemente seguros nas primeiras aparições para se manterem como apostas no onze para o grande clássico.
 
Território «vs» estabilidade
 
Os dados estavam lançados: FC Porto a querer impor a vantagem territorial (jogava em casa); Benfica a assumir a estabilidade tática (manteve o 4x4x2), ainda que com cuidados redobrados a meio-campo.
 
Os primeiros minutos mostraram um FC Porto disposto a mandar. O dragão queria marcar cedo e chegou perto da baliza de Júlio César, ainda antes dos dez minutos.
 
Mas, por ironia, seria o Benfica a ter as duas primeiras ocasiões claras para marcar: ambas decorrentes de cantos. Sobretudo no primeiro desses dois lances, quando Mitroglou, de cabeça, forçou Casillas a defesa apertada para evitar o 0-1.
 
O jogo estava bom, com grande intensidade e as duas equipas a procurarem chegar à vantagem.  
 
Depois dos dois momentos de perigo benfiquista, o FC Porto deu mostras de voltar a ter ascendente, mas sem grande capacidade de construção ofensiva. Os cruzamentos não saíam bem, as bolas paradas não eram aproveitadas da melhor forma.

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À passagem dos 25/30 minutos, era de novo o Benfica quem se mostrava mais confortável no jogo. Jonas e Mitroglou participavam na circulação, sobretudo com o grego a tabelar de costas para a baliza, incitando a exploração das alas (mais Gaitán que Gonçalo Guedes, na verdade).
 
Mas o FC Porto, que nos primeiros minutos acusara permeabilidade nas suas zonas recuadas, foi corrigindo e a equipa de Rui Vitória já não conseguia chegar perto da baliza de Casillas tão à vontade.
 
Tantos nervos, meus senhores
 

A partida estava assim, equilibrada e intensa, com o empate a aceitar-se e a sensação de que -- ainda que por razões diferentes -- qualquer dos conjuntos poderia sonhar com o triunfo.
 
Até que um desentendimento entre Maxi e Jonas fez estalar o verniz. O uruguaio viu amarelo, os elementos do banco portista saltaram a protestar, no lado benfiquista os nervos também eram muitos. O brasileiro da Luz também deveria ter sido admoestado.
 
O pior foi quando soou o apito para o intervalo: confusão total entre jogadores das duas equipas, Maicon com gesto feio, Osvaldo a meter-se na «conversa». Foi tudo para os balneários com os nervos à flor da pele. Faz parte, mas… era de evitar.
 
Mais FC Porto depois do intervalo
 

Na segunda parte houve muito mais FC Porto. Aboubakar quase fez o 1-0, em cabeceamento ao poste, aos 48, após centro de André André. Dez minutos depois, de novo o camaronês, com tudo para fazer o golo, mas a demorar no remate e a atirar às malhas laterais.
 
O Benfica já evitava arriscar, com exceções para cabeceamento por cima de Mitroglou e uma investida com perigo de Gaitán. 

Lopetegui tirava Aboubakar, exausto, punha o sangue fresco de Osvaldo. Mas seria outra carta saida do banco, Varela, a ser decisivo no golo, ao assistir André André para o único golo do jogo.

Ainda entrou Jimenez, logo a seguiro, mas havia mais FC Porto e o 1-0 foi, assim, um resultado justo.