O quarto jogo de Veríssimo no regresso à equipa principal do Benfica trouxe-lhe os primeiros pontos fora de portas e a certeza de que os encarnados não vão perder terreno para FC Porto e Sporting, podendo até ganhar. Uma grande penalidade de Darwin Núñez abriu e um lance de laboratório concretizado por Gonçalo Ramos descansou um Benfica que quase se pôs a jeito no final.

Junto à Serra da Freita, foi o resultado imperativo e necessário para um Benfica que vinha de um empate caseiro com o Moreirense. Porém, o aspeto exibicional tem naturalmente de melhorar. Não foi uma vitória tranquila e o marcador só teve outra cor na reta final. Já o Arouca vendeu caro o resultado: sofreu de penálti e não conseguiu concretizar da mesma marca. Vlachodimos negou o empate a João Basso. Castigo máximo para a equipa de Armando Evangelista, que acabou o jogo em crescendo, mas a sofrer novo golo.

Veríssimo admitiu, na antevisão, que havia situações a corrigir no processo ofensivo. Em Arouca, a equipa surgiu de novo no 4x4x2 privilegiado por Veríssimo, com Yaremchuk e Darwin no centro do ataque, mas até foi já numa aproximação ao 4x3x3, com o ucraniano a dar o lugar a Everton para a segunda parte, que o Benfica apresentou maior dinâmica, sobretudo até perto da hora de jogo. Mas já lá vamos.

Antes disso, uma primeira parte nada espetacular, mas com golo. Darwin deixou o primeiro aviso: Quaresma isolou o uruguaio ao tentar cortar o passe de Yaremchuk para Rafa, mas foi depois resolver quase em cima da linha de baliza, evitando que Darwin fosse feliz (9m).

O Benfica tentou explorar sobretudo espaços centrais, com João Mário e Rafa a aparecerem mais por dentro e Grimaldo e Lazaro a investirem por fora. Mas o Arouca, muitas vezes com uma linha de cinco atrás, defendeu-se bem e não via a águia causar grandes ferimentos. Até ao penálti, o melhor foi mesmo uma boa investida com cruzamento de Lazaro: a bola ia direitinha para Yaremchuk, mas Basso cortou (24m).

O golo, de penálti, surgiu aos 32 minutos e depois de uma falta de Basso sobre Darwin, que bateria Victor Braga para o 0-1. A seguir, o mesmo Basso viu Vlachodimos negar-lhe o 1-1 de penálti, depois de uma hesitação tremenda do Benfica que acabou com falta de Vlachodimos sobre Arsénio, à boca da baliza. Minuto 42 de alívio para uns, lamento para outros.

O lance do penálti para o Arouca abriria o livro de um Benfica nem sempre seguro. Isso ficou constatado nos 25 minutos finais, período em que os encarnados se puseram claramente a jeito, pelo crescimento dos homens da casa. Valeu – e muito – Vlachodimos, antes da tranquilidade em tempo extra.

Antes disso, a entrada de Everton permitiu a João Mário e Paulo Bernardo crescerem no jogo no meio campo. Rafa também apareceu mais e o Benfica ficou perto de marcar. Everton rematou pouco ao lado (53m) e, a seguir, Rafa viu Victor Braga assinar uma enorme defesa (55m).

Foi aí que o Arouca se agarrou ao jogo, mas Vlachodimos salvou o Benfica do castigo, depois do castigo que lhe dera vantagem. O grego negou o 1-1 a Bukia (72m) e depois a Antony, com uma grande mancha (81m). Pelo meio, Arsénio também avisou, mas o remate saiu por cima.

Entre as ameaças, e já após ter lançado Diogo Gonçalves na vez de Rafa, Veríssimo lançou Taarabt e Gonçalo Ramos e já viu parte da aposta ganha. O Arouca cheirava o empate, mas foi um lance de laboratório a dar o segundo golo ao Benfica. Grimaldo bateu o livre para a área e Gonçalo Ramos desviou de primeira para selar um triunfo difícil, numa noite que quase foi um sério castigo mas que acabou bem para a águia.