Não foi um jogo de encher o olho, fruto das muitas paragens registadas ao longo da partida. Mas a contenda entre madeirenses e lisboetas, que terminou empatada a uma bola e com ambas as equipas reduzidas a dez elementos, ofereceu bons momentos de futebol. A igualdade acaba por ser justa, mas não pode deixar de ficar a dúvida do que teria sido o resultado se Joel Tagueu não tivesse sido expulso num lance muito duvidoso. 

O Marítimo, que procurava o quarto triunfo, vai terminar a ronda no mesmo posto, em 9.º, agora com 24 pontos, enquanto o Belenenses SAD também não se mexe na tabela, onde ocupa o último posto, com 12. 

Como lhe competia, a equipa da casa entrou a mandar no jogo, ante um visitante apostado nas transições rápidas. Aos 6 minutos, Edgar Costa, lançado na esquerda por Vidigal, centrou para a cabeça de Guitane, mas o francês, em zona central da grande área, cabeceou muito por cima da baliza à guarda de Luiz Felipe. Mas os azuis não se amedrontaram e acabaram por ser felizes ao beneficiar de uma má abordagem de Diogo Mendes, que derrubou Cafu Phete na grande área. 

Decorria o minuto 10 e o Vítor Ferreira, após ter mandado jogar, foi ver as imagens por indicação do VAR. Um penálti claro, que Safira se encarregou de converter, sem hipóteses de defesa para Paulo Victor. 

A equipa de Vasco Seabra tardou em reagir à desvantagem, muito por culpa da pressão dos lisboetas, muito aguerridos na pressão alta e na recuperação da posse. Foi preciso esperar pelo minuto 18' para o Marítimo mostrar que era capaz de nivelar o marcador. Um cruzamento de Vidigal para o segundo poste foi ter com Rafik Guitane, que desviou a bola para Winck falhar por muito pouco a emenda para o fundo das redes. 

Joel Tagueu, aos 26, surgiu sozinho a corresponder um lance de bola parada, mas cabeceou muito mal, com a defesa do Belenenses SAD a ser muito mal batida. O jogo prometia espetáculo, mas acabou por defraudar as expetativas. O Marítimo tinha mais bola, mas decidia sem critério uma vez chegado ao último reduto lisboeta, como ficou patente nas tentativas de Beltrame (para as nuvens) e de Vidigal (tentou de muito longe para as mãos do guardião dos azuis), pouco antes dos 40.  

Tagueu expulso com vermelho direto

O conjunto de Franclim Carvalho continuou a fazer o seu jogo de expectativa, pressionado o erro na defesa maritimista, que na reta final passou a acusar algum nervosismo, com passes falhados em zonas proibidas. Valeu, em dois lances, entre os 42 e 43, atenção do guardião verde-rubro, que se opôs bem a remates de Pedro Nuno e Andrija Lukovic.

A insistência dos azuis na frente acabou por originar o lance que tirar Joel Tagueu do jogo. Aos 44, um carrinho do camaronês sobre Pedro Nuno, que toca primeiro na bola, foi entendido como merecedor de cartão vermelho. As imagens parecem apontam para para muito exagero na decisão, mas o VAR sancionou.

Com os verde-rubros reduzidos a dez, o ‘Caldeirão’ começou a puxar pela sua equipa e já em período de descontos, André Vidigal surgiu a rematar de pé esquerdo, desde ângulo apertado, para defesa fácil do guarda-redes do Belenenses SAD. 

O apoio das bancadas tornou-se ainda mais intenso quando já perto dos cinco minutos de descontos o Marítimo ganhou um canto, do qual resultou um grande golo e o empate do Marítimo. A bola é reposta em campo à maneira curta e vai ter com Beltrame, que serve Rafik para um cruzamento que foi ter com Matheus, ao segundo poste, onde só teve de desviar para o fundo das redes. 

O empate ao cair do pano trouxe justiça ao resultado e galvanizou o Marítimo para a etapa complementar, que arrancou com a equipa da casa a querer mostrar que não estava a jogar com dez. Mas estava, e isso notou-se nos lances que foi criando junto da baliza à guarda de Luiz Felipe.

Dez para dez...

A formação lisboeta sentiu algumas dificuldades, mas foi procurando pautar o jogo e o tempo a seu favor, sempre à espreita do melhor momento para desferir o golpe fatal, que seria o 2-0. A contenda podia ter ficado mais equilibrada aos 67, quando o recém-entrado Jordan van der Gaag foi expulso, com vermelho direto, após falta dura sobre Matheus Costa, mas os azuis até melhoraram a sua prestação em campo, apesar de terem abusado dos pedidos de assistência médica, os quais foram entendidos pelas bancadas como expedientes para queimar tempo.   

Perto dos 80, os azuis estiveram muito perto do segundo em duas ocasiões, mas tanto Ndour como Andrija Lukovic esbarraram em Paulo Victor. O jogo partiu-se, e depois foi a vez do Marítimo tentar a sua sorte, mas Henrique, em boa posição, após um grande passe de Rafik, desviou muito por cima. 

Os últimos minutos (incluindo os oito concedidos em descontos) viram o Marítimo mais vezes perto do golo. China ainda disparou uma bomba que raspou no poste e Alipour, sozinho, cabeceou por cima, mas o marcador manteve-se inalterado.